Morcegos frugívoros, porcos e o contato humano são as formas de transmissão já conhecidas do vírus Nipah
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Morcegos frugívoros, porcos e o contato humano são as formas de transmissão já conhecidas do vírus Nipah

Após a morte de um indiano de 12 anos, o estado de Kerala, no Sul do país, está em alerta para evitar a propagação do vírus Nipah, que tem risco pandêmico e alta taxa de mortalidade, variando de 40% a 75%.

Segundo a rede de TV CBS, o garoto de 12 anos buscou atendimento médico após ter febre alta durante uma semana. Dias depois, ele morreu em um hospital da cidade de Kozhikode, após seu quadro se agravar, com o desenvolvimento de um grave inchaço cerebral.

O vírus Nipah, que normalmente é transmitido por morcegos frugívoros, porcos e pelo contato entre humanos, pode apresentar sintomas respiratórios, tosse, dor de garganta, dores no corpo, fadiga e encefalite, além de um inchaço do cérebro que pode causar convulsões e até a morte. A Organização Mundial de Saúde (OMS) se preocupa com o risco de uma nova pandemia devido a rapidez com que o vírus se dissemina e a alta letalidade, de 40% a 75%.

O vírus costuma ficar incubado na pessoa infectada por 4 a 14 dias, mas já foi relatado um caso em que foram 45 dias antes dos primeiros sintomas. Com incubação maior, aumentaria também o risco de transmissão, já que muitos poderiam estar doentes sem saber por muito tempo.

O risco fez autoridades de saúde da Índia rastrearem e isolarem 188 pessoas que possam ter tido contato com o garoto morto com Nipah, incluindo sua família. 20 pessoas são consideradas de alto risco, e 8 que tiveram contato próximo com a vítima já deram negativos.

O Nipah está entre os 10 vírus mais perigosos já conhecidos e provocou alguns surtos na Ásia entre humanos. O primeiro, na Malásia, foi marcado principalmente pela contaminação por contato direto com porcos doentes.

Como o vírus é diagnosticado? Há tratamento?

Segundo a OMS, os principais testes utilizados para diagnosticar casos são a reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR, também usado em diagnósticos do novo coronavírus) de fluidos corporais e a detecção de anticorpos por ensaio imunoenzimático (ELISA).

Ainda não há tratamentos específicos, sejam vacinas ou drogas que minimizem ou controlem os sintomas. Pelo alto risco e a letalidade expressiva, a OMS se preocupa com o risco de mutação do vírus e o aumento da transmissibilidade.

Até o momento, não há motivo para preocupação no Brasil. O vírus ainda circula pouco e está restrito aos países em que já foram registrados casos: Índia, Malásia e Indonésia. O risco de uma nova pandemia ainda é considerado pequeno, a não ser que o contato entre humanos dissemine o vírus mais rapidamente que o esperado em regiões urbanas dos países que já tiveram casos confirmados.