O desmoralizado Imbassahy, personagem de desenho animado

Josias de Souza

Antonio Imbassahy, o pseudo-coordenador político de Michel Temer, pediu demissão de um cargo que já não exercia há pelo menos dois meses. Mantinha-se no governo como caricatura, não como ministro. Vivia uma rotina de desenho animado.

Ignorado pelo seu PSDB e contestado pelos partidos do centrão, Imbassahy perdera o chão. Nos desenhos, quando isso ocorre, o personagem continua a caminhar no vazio. Só cai quando se dá conta de que está pisando em nada.

Coordenador de si mesmo, Imbassahy simulava normalidade. E, sobretudo, evitava olhar para baixo. Não estranhava nada. Deu de ombros quando foi demitido pelo Twitter do Planalto, que anunciou “por engano” sua substituição por Carlos Marun.

Imbassahy parecia convencido de que, se fingisse não se dar conta, conseguiria atravessar o abismo. Não colou.

Às vésperas da convenção nacional em que o PSDB deve tomar distância de Temer, o hipotético ministro teve que olhar para baixo.

A cena não poderia ser mais constrangedora. Imbassahy não caiu. Despencou! Demorou a perceber que tornara-se um caso raro de ex-ministro ainda no exercício do cargo.

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