O livro que George Washington esqueceu de devolver a biblioteca por 221 anos 

Emprestado em 1789, o atraso bicentenário foi um dos segredos mais bem guardados pela instituição

Daniela Bazi
Pintura de George Washington, 1779
Pintura de George Washington, 1779 – Getty Images

Conhecido como o “Pai da Pátria” nos Estados Unidos, George Washington foi o primeiro presidente do país, eleito em 30 de abril de 1789. Antes de assumir o poder, foi o responsável por levar a nação à vitória durante a Guerra de Independência dos Estados Unidos, ajudando também na criação da Constituição.

Reeleito em 1792, durante todo seu mandato precisou se preocupar com as fortes disputas políticas que aconteciam devido ao novo cenário do país, e se empenhar para que conseguisse impor o respeito necessário dos estados em relação ao governo.

Washington deixou o cargo em 1797, recusando-se a concorrer novamente pela presidência. Ele se aposentou, e passou o resto de sua vida em Mount Vernon. George faleceu em 14 de dezembro de 1799, vítima de uma infecção. Contudo, uma das histórias de sua vida chama atenção

O livro emprestado

No ano em que se elegeu pela primeira vez, o presidente recebeu emprestado da Biblioteca da Sociedade de Nova York, uma das mais tradicionais dos EUA, o livro The Law of Nations (A Lei das Nações, em livre tradução), escrito por Emer de Vattel, e publicado originalmente em 1758.

Versão original do The Law of Nations, em francês / Crédito: Wikimedia Commons

 

Contudo, o que a equipe da biblioteca menos esperava é que o famoso prazo de 14 dias não seria respeitado por George Washington, e sofreria um atraso com mais de 200 anos.

Segundo informações repercutidas pelo portal G1, a obra de Direito Institucional foi retirada no dia 5 de outubro de 1789, e entregue apenas em maio de 2010, 221 anos após o empréstimo. A devolução foi feita pelo museu de Mount Vernon, situado na casa pessoal do ex-presidente na Virgínia, que percebeu o engano e fez questão de resolver o impasse.

Naquela época, a biblioteca e a sede do governo compartilhavam um edifício localizado no sul de Manhattan, em um local que, atualmente, fica na frente da famosa bolsa de Wall Street.

Em um comunicado divulgado em 21 de maio de 2010, a Biblioteca da Sociedade de Nova York revelou que “O livro não foi devolvido e não foi paga nenhuma multa. Era um segredo muito bem guardado pela instituição durante anos”.

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