“O Lula foi quem mais abriu espaço para a esquerda no Brasil”, diz Gleisi Hoffmann

Gleisi Hoffmann e Lula
Gleisi Hoffmann e Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, rebateu os argumentos que circulam na mídia e  entre correntes internas de que o PT sofreu um desastre eleitoral e isso se deve ao fato de Lula permanecer como a principal liderança do petista. “O Lula foi quem mais abriu espaço para esquerda no Brasil. Se não fosse ele, qual seria o espaço político para a esquerda? – diz em entrevista ao Globo.  “O Lula é uma grande liderança, ele continua sonhando, lutando, tem energia e vontade de continuar contribuindo com o processo”.

Independentemente de se Lula será candidato ou não à presidência da República em 2022, “ele é uma das figuras mais importantes não só do PT, mas do cenário político nacional. Por que deixaríamos de contar com o Lula? – questiona.

Gleisi enfrenta pressões internas para deixar a direção do partido diante dos resultados eleitorais negativos. Ela reconhece que o resultado da eleição municipal deste ano ficou aquém do esperado, mas, em sua avaliação, não foi um desastre para a sigla. “Não fiz uma avaliação positiva. Agora, não sou derrotista. Sei que os resultados ficaram aquém daquilo que a gente tinha expectativa. Mas nem por isso eu acho que é um desastre”, afirma a presidente do PT .

O principal argumento da direção do PT é que o partido comandará cidades que somam o mesmo número de eleitores do que as conquistadas em 2016, apesar da redução do número total de prefeituras, de 254 foi para 183. Isso ocorreu por causa de conquistas de cidades maiores. Um outro ponto é o fato da legenda ter conseguido vaga no segundo turno em 15 municípios, contra sete de quatro anos atrás. Dos 15 deste ano, venceu em apenas quatro: Diadema (SP), Mauá (SP), Contagem (MG) e Juiz de Fora (MG), assinala o jornalista Sérgio Roxo, do Globo.

Para Gleisi, a recuperação da força política petista, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, se dará aos poucos. “Acho que nós estamos tentando nos recuperar de um grande tombo que tivemos, não só em 2016, mas em derrotas políticas que se acumulam de 2013 pra cá. Não é fácil isso, você não faz recuperação em salto. Recuperação é processo”  — argumenta.

Sobre a interrupção de seu mandato à frente da sigla, que vai até 2023, reivindicada por correntes minoritárias internas, Gleisi rebate: “No PT, a tradição é cumprir mandato e respeitar a democracia. Quem dá golpe são os outros”.

A dirigente é ainda mais assertiva ao se referir à defesa feita por dirigentes petistas da saída de cena de Lula para abertura de espaço para novas lideranças. “Essa questão de atribuir à liderança do Lula os desafios políticos e eleitorais do PT é mais uma injustiça, entre tantas, que são cometidas contra ele. Todas as lideranças que nós temos hoje no  PT, desde Marília (Arraes), que é a mais jovem, passando por (Fernando) Haddad e por Jaques Wagner, foram estimuladas pelo Lula desde o início. Então, é ruim dizer que o Lula não abre espaço para novas lideranças.

A presidente do PT diz que Lula abriu espaço não só para integrantes do partido, mas também de outras legendas do campo da esquerda … “O Lula foi quem mais abriu espaço para esquerda no Brasil. Se não fosse ele, qual seria o espaço político para a esquerda? Eu acho um equívoco de avaliação política”. E completa: “O Lula é uma grande liderança, ele continua sonhando, lutando, tem energia e vontade de continuar contribuindo com o processo. Se vai ser candidato ou não, isso não vem ao caso. Mas ele é uma das figuras mais importantes não só do PT, mas do cenário político nacional”.

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