O retorno secular do lendário barco Maud

Barco naufragado foi  rebocado através do Atlântico Norte (acima). Equipe no convés do Maud durante as últimas semanas antes da partida da Baía de Cambridge  (à esquerda).

Barco naufragado foi rebocado através do Atlântico Norte (acima). Equipe no convés do Maud durante as últimas semanas antes da partida da Baía de Cambridge (à esquerda).Foto: Maudreturnshome

barco utilizado pelo explorador norueguês Roald Amundsenregressou finalmente a Noruega, seu país de origem, na última segunda-feira (13), cem anos depois de partir rumo ao Polo Norte, anunciou o diretor do projeto de repatriação.

Maud, um robusto veleiro com três mastros, valiosa relíquia das expedições polares norueguesas, foi resgatado em 2016, depois de ter passado 85 anos sob as águas do norte do Canadá, onde afundou em 1930. Após sair da Groenlândia no fim de junho, o barco naufragado foi rebocado através do Atlântico Norte em uma barcaça e chegou nesta última segunda-feira ao porto de Bergen, no oeste da Noruega.

“A viagem foi longa, mas foi boa”, declarou o diretor da operação, Jan Wanggaard. Graças ao financiamento de três irmãos e empresários noruegueses, o Maud será exposto no município de Asker (sudeste), perto de Oslo, onde foi lançado à água em 1917.

Roald Amundsen é um personagem histórico importante na Noruega”, explicou Wanggaard. “Queremos contar a história desta expedição ao povo norueguês”, acrescentou. Returns Home foi criado em 2011 para marcar o centenário da conquista do Polo Sul por Amundsen, mas problemas jurídicos e invernos rigorosos atrapalharam o cronograma. Apenas em 2016 a embarcação foi retirada do gelo e colocada numa balsa. A viagem de volta para casa começou em agosto de 2017.

O explorador
Amundsen, que foi a primeira pessoa a alcançar o Polo Sul em 1911, queria utilizar o Maud para estudar o oceano Ártico, com a intenção de ficar preso entre o gelo e navegar à deriva pelo Polo Norte.

expedição lançada em 1918 permitiu especialmente explorar a Passagem do Noroeste, fornecendo uma grande quantidade de resultados científicos, mas a falência de Amundsen fez com que ele vendesse o barco à companhia da Baía de Hudson em 1925. Rebatizado “Baymaud”, o barco afundou cinco anos depois perto da Baía de Cambridge, no território canadense de Nunavut. A ideia era utilizá-lo como posto avançado no norte do Canadá. No inverno de 1926, o barco foi congelado na costa de Cambridge Bay, onde naufragou em 1930.

Em 1990, a Hudson Bay Company vendeu os destroços para o vilarejo canadense, que os repassou para a comunidade norueguesa de Asker, em Oslo, pelo valor simbólico de US$ 1. Após tentativas sem sucesso de repatriar os destroços, a iniciativa “Maud Returns Home” foi criada, com apoio de investidores noruegueses.

Em agosto de 2017, Maud deixou Cambridge Bay rebocado por um outro navio, em direção a Aasiaat, na costa Oeste da Groenlândia, onde ficou preso durante o inverno. Em junho deste ano, a jornada de volta foi retomada.

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