ONU condena mortes na Bolívia e alerta que a situação pode sair do controle

Organização exige do novo governo dados sobre detidos, feridos e mortos. E apela para urgência, imparcialidade e transparência nas investigações

Da RBA

A alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou hoje (16) os assassinatos de manifestantes pela força de segurança da Bolívia. De acordo com informações do colunista do UOL Jamil Chade, a ex-presidenta do Chile afirmou tratar-se de uma “evolução extremamente perigosa, porque, longe de apaziguar a violência, é possível que a agrave”.

Há informações de que pelo menos 17 pessoas foram mortas nos protestos, sendo 14 nos últimos seis dias. E que embora as primeiras mortes resultaram de confrontos violentos entre manifestantes rivais, as mais recentes parecem resultar de um uso desnecessário ou desproporcional da força por parte da polícia ou do pessoal militar.

Segundo Chade, Bachelet afirmou estar “realmente preocupada que a situação na Bolívia possa ficar fora de controle se as autoridades não lidarem com ela cuidadosamente, de acordo com as normas e padrões internacionais que regem o uso da força e com pleno respeito aos direitos humanos. O país está dividido e as pessoas de diferentes setores do espectro político estão indignadas. Em uma situação como esta, as ações repressivas por parte das autoridades simplesmente irão alimentar ainda mais essa raiva, podendo comprometer qualquer possível via de diálogo”.

A ONU está preocupada também com as “múltiplas detenções e prisões, incluindo mais de 600 pessoas detidas desde 21 de outubro, muitas das quais nos últimos dias”.

Por isso, exige do novo governo dados sobre o número de pessoas detidas, feridas e mortas durante os protestos. E apela para que “as investigações sejam rápidas, imparciais, transparentes e exaustivas para assegurar a plena responsabilização”.

E também que as autoridades bolivianas se abstenham de empregar forças militares em operações de aplicação da lei, inclusive durante protestos.

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