Opinião: Comissão de transição patética

Opinião

Não há nada que tenha se transformado tão patético como a montagem da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já perdi as contas de tantos anúncios – a última contagem chegava a mais de 400 convidados. Nunca se viu algo tão surrealista e inapropriado entre a passagem de um governo para outro.

Para que tanta gente? Uma batendo na outra, para que? Dá opiniões? E para que serviu então o programa de Governo que Lula colocou em discussão na campanha e acabou sendo o escolhido pelo povo brasileiro, embora com uma diferença ínfima nas urnas? Chegou-se a um estágio tão desacreditado que até um ator de filmes de pornô, o deputado Alexandre Frota (RJ), eleito há quatro anos na onda bolsonarista e agora derrotado, foi chamado para dar pitaco na área cultural.

Pelo amor de Deus! O mais engraçado disso tudo é que as pessoas escolhidas saem postando nas redes sociais como se fossem privilegiados ou grandes autoridades nas áreas que supostamente dominam. Lula entregou o comando da transição a Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito. A impressão que passa é que o ex-tucano e agora neosocialista está fazendo da transição um mero exercício político, para agradar gregos e troianos.

Mas, na verdade, como escrevi ontem, numa postagem neste blog, a comissão de transição virou um grande prêmio de consolação para todos os derrotados nas eleições deste ano, seja na disputa pelos governos estaduais, para o Senado ou Câmara dos Deputados. Há perfis de diversos matizes ideológicos, trajetórias pessoais bastante distintas e curiosidades que pouco ou nada tem a ver com a capacidade técnica da equipe.

Desde 4 de novembro, início formal do processo de transição conduzido pelo vice-presidente eleito, os anúncios incluíram a criação de 31 grupos técnicos duas baixas (a recusa de David Uip no grupo de trabalho da Saúde e a renúncia de Guido Mantega no Planejamento) e, para comoção de todo o País, a trágica perda de Isabel Salgado, ícone do vôlei, escalada para o time de Esportes.

Por: Magno Martins

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