Os presidentes valem mais do que os partidos

É preciso urgentemente livrar o Brasil da ditadura dos presidentes dos partidos

O Brasil tem 35 partidos registrados no TSE e pelo menos mais 15 em gestação. Entre nós, é muito mais fácil criar um partido do que uma microempresa. Reúne-se uma quantidade “xis” de assinaturas, mesmo que sejam falsificadas, como ocorreu com o Solidariedade, dá-se entrada com a papelada no TSE e, pronto. O partido está criado. Desses, não mais do que seis ou sete têm ideário definido. Os outros são partidos de aluguel destinados a “vender” tempo de televisão e a engrossar coligações de partidos maiores, a troco Deus sabe de quê. Uma coisa, porém, é comum a todos eles: a ditadura dos presidentes ou das executivas nacionais.

O jogo é fácil de ser entendido. O “dono” do partido autoriza a criação de comissões provisórias nos estados, e essas autorizam a criação de comissões municipais. Nada de diretório constituído porque isso não interessa aos “proprietários”. No entanto, mesmo os que têm diretórios constituídos devem obedecer aos “chefões” sob pena de expurgo. Exemplo um: o presidente nacional do MDB, Romero Jucá, interveio no diretório de Pernambuco para afastar o vice-governador Raul Henry da presidência, sem justa causa. O processo está “sub judice” no STF. Exemplo dois: a executiva nacional do PT passou por cima da vontade de 95% dos delegados de Pernambuco e afastou Marília Arraes da disputa pelo governo estadual. Exemplo três: a executiva nacional do PSB anulou a convenção que indicou o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, para concorrer ao governo de Minas. É preciso urgentemente rever isto na “reforma política” que os candidatos a presidente estão prometendo aos brasileiros.

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