Pandemia tricolor: Um coralvírus cheio de humilhação e sofrimento

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Por Claudemir Gomes — No domingo em que a população brasileira comemorava o simbolismo da primeira vacina aplicada no País, como antídoto capaz de interromper a marcha galopante, e mortífera, do coronavírus, a torcida do Santa Cruz Futebol Clube vivenciou mais um capítulo do drama Adeus as Ilusões.

A República Independente do Arruda foi banhada pelo choro de Maria, Clarice, José, Anacleto, Geraldo, Napoleão… A Pandemia Tricolor segue sem cura. O coralvírus é um mal que se instalou no clube coral no final da primeira década do novo século, precisamente em 2008, quando o clube, numa queda sem precedentes na época, chegou à Terceira Divisão do Brasileiro: Série C.

O coralvírus tem um efeito devastador. Corrói o intelecto do cidadão, lhe deixa dotado de uma incompetência absurda e com uma soberba que lhe leva a pensar que é o mais inteligente dos mortais. Apesar da centenária história do clube, os doutores do Arruda não conseguiram debelar o mal que levou a agremiação mais popular do futebol pernambucano ao fundo do poço: a Série D.

“República Independente do Arruda tem um povo varonil”, diz Claudemir Gomes

Mas a República Independente do Arruda tem um povo varonil. Apesar da confirmação da pandemia do coralvírus, consolidada em três anos de Série D, seguia fiel à bandeira do Santinha, dando provas de um amor que chamou a atenção do mundo do futebol. O fogo da paixão dos tricolores também servia para alimentar o vírus letal, que seguia corroendo a gestão de um clube que no século passado se posicionou entre os gigantes do futebol brasileiro.

Era o Santa Cruz do Colosso do Arruda, maior estádio particular do futebol verde e amarelo; de jogadores como Givanildo, Mazinho, Luciano, Detinho, Levir, Fernando Santana, Nunes, Ramon, Cuíca, Zito, Mirobaldo, Henágio, Luís, Neto, Birigui, Zé do Carmo… Um clube que tinha o orgulho de ostentar que, pagava o mais alto salário de um técnico no nosso País: Evaristo de Macedo.

No quadro diretivo, em todos os poderes, um elenco de dirigentes que se posicionava com destaque na sociedade civil pernambucana.

O Gigante do Arruda está enfermo. O coralvírus é um mutante devastador. De 2008 para cá o Santa Cruz desfila por sete temporadas na Série C. Patinou por três anos na Série D e quando todos pensavam que o mal havia passado, com a velocidade de um meteoro, visita a Série A em 2016, passa três temporadas na Série B, mas em seguida retorna ao martírio da C, onde criou raízes há quatro anos.

Capa do Diario de 1972 exibe primeira foto em tomada aérea do ‘Colosso do Arruda’ lotado | Foto: Arquivo/DP

Insanos e incompetentes, os dirigentes corais, verdadeiros Narcisos dos Século XXI, se iludem ao se verem como grandes gestores através de um espelho sem luz. A claridade dos fatos nos mostra uma realidade inversa. Mas continuam tratando a fiel torcida como massa de manobra.

A pandemia do coralvírus já dura 14 anos. Neste período, o Santa Cruz esteve, por dez temporadas, nas Séries C e D.

Numa República, o poder emana do povo, que escolhe os seus representantes. Creio que este é o caminho para se encontrar um antídoto que venha combater o coralvírus. Em fevereiro haverá eleição na República Independente do Arruda.

Não é fácil erradicar a pandemia da incompetência, mas quando se conhece as causas é possível. Os males do Santinha tem nome, sobrenome, RG e domicílio.
Mudança Já! O brado se tornou imperativo.

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