Papa escolhe membros de comissão que reformará áreas econômica e administrativa da Santa Sé

Às vésperas da chegada do papa Francisco ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), de 23 a 28 deste mês, foi publicada hoje (19) carta sobre a reforma econômico-administrava do Vaticano. O documento, denominado quirógrafo, é feito a mão e assinado pelo próprio pontífice. Nele, Francisco institui a comissão de especialistas que irá reformar o sistema vigente na Santa Sé. Não foi divulgado o prazo para conclusão dos trabalhos da comissão.

A iniciativa ocorre no momento em que se cobram da Igreja Católica Apostólica Romana providências sobre desvio de recursos do Banco do Vaticano e a responsabilidade de comandar de maneira isenta o orçamento da Santa Sé, incluindo os recursos da Cúria. A comissão, de oito integrantes, será presidida pelo padre espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda, secretário da Prefeitura para Assuntos Econômicos.

O texto informa que leigos e especialistas são maioria entre os membros da comissão. Entre eles, há uma mulher, a italiana Francesca Chaouqui Immacolata. Além dela e do reverendo espanhol, fazem parte do grupo Joseph Zahra, de Malta, Jean-Baptiste e Jean-Videlain Sevestre, da França, Enrique Llano, da Espanha, Jochen Messemer, da Alemanha, e George Yeo, de Singapura.

Zahra e Messemer são auditores internacionais da Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé. O documento informa que todos os integrantes da comissão são especialistas nas áreas jurídica, econômica e financeira. A ordem é que a comissão tenha acesso aos documentos de que necessitar – em um dos itens, o papa ressalta que não pode haver restrição ao acesso dos especialistas.

Na carta, o papa lembra que houve reuniões dele com o Conselho de Cardeais para um estudo sobre os problemas organizacionais e econômicos da Santa Sé. Nas reuniões, eles analisaram a situação financeira da Cidade do Vaticano referente ao ano passado.

O objetivo da comissão, ressalta o documento, é “desenvolver soluções estratégicas” para melhorar a situação atual, com transparência e prudência no setor financeiro para “garantir” a aplicação adequada de princípios contábeis e assegurar cuidados de saúde e de segurança social para todas as pessoas elegíveis.

A comissão deverá manter o papa informado sobre o processo de investigação e o andamento dos trabalhos. Os resultados deverão ser impressos e também digitalizados, depois de concluídas as tarefas. Tradutores e intérpretes também deverão auxiliar nos trabalhos da comissão. O grupo terá ainda o suporte de oito cardeais, designados por Francisco, para avaliar o projeto de reforma da Constituição.

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