Petrobras anuncia que haverá aumento de 39% no gás a partir de maio

Por: Correio Braziliense

Foto: Agência Brasil
O preço de venda de gás natural para distribuidoras estará 39% mais caro em reais por metros cúbicos (R$/m³), comparado ao último semestre. O aumento vai começar a valer a partir de maio. Medindo em dólar por milhão de BTU, unidade de energia usada nos Estados Unidos e no Reino Unido, (US$/MMBtu), o reajuste será de 32%.
De acordo com o anúncio da Petrobras, a variação é resultado “da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio”. Conforme a companhia, as atualizações dos preços dos contratos são trimestrais e, com relação aos meses de maio, junho e julho, a referência adotada são os preços dos meses de janeiro, fevereiro e março.
“Durante esse período, o petróleo teve alta de 38%, seguindo a tendência de alta das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das commodities tiveram alta devido à desvalorização do real”, informou a Petrobras em nota.
O Regis Chinchila, Analista da Terra Investimentos, reforça que os reajustes de gás natural são trimestrais, ou seja, as aplicações/revisões foram realizadas tomando como referência preços dos meses de janeiro, fevereiro e março. “Estes contratos de fornecimento são vinculados à cotação do petróleo internacional e taxa de câmbio. Durante esse período, o petróleo teve alta de 38%, seguindo a tendência de alta das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das commodities tiveram alta devido à desvalorização do real”, explicou.
O analista da Terra Investimentos conta que o repasse dos custos incorridos pela companhia para o transporte do produto até o ponto de entrega às distribuidoras também influencia os preços do gás natural da Petrobras. “Esses custos são definidos por tarifas reguladas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esta parcela do preço é atualizada anualmente no mês de maio pelo IGP-M, que, para o período de aferição (março de 2020 a março de 2021), registrou alta de 31%”, afirma.
Por causa do efeito da queda dos preços do petróleo no início do ano, durante 2020, os preços do gás natural às distribuidoras alcançaram redução acumulada de até 35% em reais e de 48%, em dólares. A Petrobras informou em nota que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelas margens das distribuidoras e, no caso do GNV, dos postos de revenda, e pelos tributos federais e estaduais. “Além disso, o processo de aprovação das tarifas é realizado pelas agências reguladoras estaduais, conforme legislação e regulação específicas. Os contratos de venda para as distribuidoras são públicos e estão disponíveis para consulta no site da ANP”, concluiu a empresa.
A Terra Investimentos fez uma observação. “ A Petrobras informou ainda que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelas margens das distribuidoras e, no caso do GNV, dos postos de revenda, e pelos tributos federais e estaduais”, observou.
Impacto no bolso
Regis comenta que esse aumento no preço do gás natural veio mesmo com o cenário de recessão acentuada, aumento do desemprego e redução no valor do auxílio emergencial. O analista ressalta que o impacto inflacionário fica evidente novamente e, agora, nessa questão do gás natural, com a renda média do brasileiro caindo e desafios relevantes diante da grave crise sanitária da Covid-19, o impacto no bolso do consumidor será importante. “O preço das commodities internacionais continua subindo com expectativa de recuperação das economias desenvolvidas (impactos da Covid-19), enquanto o cenário da economia brasileira tem muitas incertezas e deixa o dólar valorizado contra o real”, ressalta.
Para Chinchila, é importante destacar que novamente haverá discussões sobre os impostos cobrados ao consumidor final, e uma discussão profunda precisa ser realizada principalmente na Reforma Tributária. Ele observa que o aumento não afeta o gás liquefeito de petróleo (GLP), o chamado gás de cozinha, que subiu 5% no sábado (3), e já acumula alta de 22,7% em 2021, mas impacta o GNV e o gás encanado que chegam às casas e às indústrias.

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