PF faz operação contra exploração sexual infantil após homem tentar vender sobrinha para máfia russa

Operação Black Dolphin cumpriu mandados de busca e apreensão em 4 estados

Operação Black Dolphin cumpriu mandados de busca e apreensão em 4 estados Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil de São Paulo deflagraram nesta quarta-feira a operação Black Dolphin, com o objetivo de combater o abuso e a exploração sexual infantil. A ação foi realizada em parceria com polícias de outros três estados — Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul — onde são cumprimos mais de 220 mandados de busca e apreensão. A ação começou em 2018, quando investigadores descobriram que um homem pretendia vender a sobrinha para abusadores na Rússia. O crime foi impedido e a criança foi salva. Atualmente o homem se encontra preso.

— A partir de rondas virtuais realizadas foi identificado esse criminoso que estava negociando a sobrinha dele. A ideia era levá-la para um parque de diversões e realmente vendê-la para uma máfia russa de abusadores sexuais de crianças. Eles simulariam o desaparecimento da criança no parque. Nesse sentido, estão sendo aprofundadas as investigações de sequestro e tráfico de crianças para fins de exploração sexual — disse a delegada da Polícia Federal no Rio, Paula Mary.

No Rio de Janeiro, a força-tarefa prendeu um homem em flagrante no Cachambi, na Zona Norte. Foram encontrados com o suspeito materiais contendo cenas de abusos e exploração sexual contra crianças e adolescentes. Os investigadores pretendem identificar as vítimas desse abusador.

— O suspeito acabou por confirmar que frequentava esses ambientes virtuais e que alguns deles funcionam como pontos de encontro de homens e mulheres sobre práticas sexuais que têm mais preferência, como obter esse material e muitas das vezes compartilham dicas de como se esquivar da ação policial — afirmou Mary.

Segundo a delegada, foram obtidos aproximadamente 10 mil contas de e-mail contendo material de exploração infantil. Tudo o que foi apreendido durante a operação ainda será periciado.

— Muitos dos integrantes dessa organização criminosa praticavam estupros e produziam essas imagens. Além de armazenar e compartilhar esse material, também o comercializavam na deepweb. O volume de dados encontrados ao longo da investigação é gigantesco. Cerca de 10 mil contas de e-mails foram obtidas com esse material. Tudo ainda vai ser analisado — ressalta.

De acordo com a PF, o nome da operação foi escolhido em razão dos investigados afirmarem que as leis brasileiras “são ridículas e que não haveria prisão, no Brasil, capaz de segurá-los; e que em razão de suas habilidades, somente a Colônia 6 Russa, conhecida como Black Dolphin, seria capaz de detê-los”. Essa prisão, localizada na fronteira com o Cazaquistão, é conhecida por abrigar presos condenados à epna perpétua e pelo rigor no tratamento dos detentos.

Fonte: Extra

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