Pico de casos de Covid-19 no Ceará na 2ª onda foi 151% maior que na primeira, aponta pesquisa

Em contrapartida, as mortes neste atual ciclo epidêmico diminuíram em relação ao primeiro momento da pandemia no Estado

Maqueiros levando paciente com Covid-19 a hospital de Fortaleza durante a segunda onda
Indicativo é de queda na taxa de reprodução da doença após os picos
Foto: Thiago Gadelha

Em escalada desde novembro de 2020, os casos de Covid-19 no Ceará na segunda onda em 2021 tiveram pico em 1º de março. Neste dia, foram 5.510 confirmações da doença no Estado, 151% a mais que o auge da primeira onda (média de 2.187 casos).

Os indicadores constam em boletim epidemiológico do Instituto Integra Dados (IID), com análises feitas a partir da plataforma IntegraSUS por dois professores universitários do Ceará. Resultados foram divulgados nesta sexta-feira (9).

Apesar de o primeiro ciclo epidêmico ter tido dois picos, em 1º de maio e 1º de junho de 2020, a expressiva diferença em relação a este ano se mostra devido às novas variantes do coronavírus, que são mais agressivas. É o que explica o estatístico Nonato de Melo.

“A velocidade de contaminação dessa nova variante é bem maior do que a da primeira onda. Por isso, é possível perceber que a positividade de testes foi maior e também que as pessoas ficaram mais tempo internadas“, pondera o professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece) em entrevista à Rádio Verdes Mares.

PICO DE MORTES NA SEGUNDA ONDA 

O cenário de mortes observado nos picos dos dois ciclos epidêmicos difere do registrado nas confirmações da doença. Dia com mais mortes diárias na segunda onda foi em 23 de março, com 118 óbitos, uma diminuição de cerca de 26% em relação ao período do ano passado.

 

Já o auge da letalidade no primeiro momento da pandemia foi em 11 de maio de 2020, com 161 vítimas.

RECUPERAÇÃO DE PACIENTES COM TENDÊNCIA DE ALTA

Outro dado evidenciado pelo boletim do IID é o da recuperação de pacientes. Assim como na Capital, a taxa já apresenta evolução positiva após a passagem do pico. Nesta sexta-feira (9), o índice está em 72%.

“A tendência é que nos próximos dias a taxa de recuperação inicie um movimento de subida”, diz o documento do instituto.

taxa de reprodução, chamada “Rt” também é indicativa da estabilidade da doença neste momento. Atualmente o Rt é 1,07. Quando o indicador é maior que 1, cada paciente transmite a doença a, pelo menos, mais uma pessoa. Quando é menor que 1, menos indivíduos se infectam

Pesquisa utiliza algoritmo criado pelo IID com cruzamento de dados com a plataforma IntegraSUS, que reúne dados oficiais da Covid-19. Análise é assinada pelo professor Nonato de Castro e por Daniel Bentes, economista e professor da Unichristus.

 

Fonte: Diário do Nordeste

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