Pilão Arcado: Posto de Saúde fica 7 meses em reforma e reabre sem médico
Da Redação
Para a população de Nova Holanda, uma comunidade a 186 quilômetros da sede de Pilão Arcado, o sofrimento nunca termina.
As estradas péssimas e piorando neste período de chuvas, se agora tem água da chuva, durante todo o ano a água é rara, suja e cara.
Ninguém sabe o que é segurança, a educação é um engodo e, não bastasse, a saúde pública é um caso de calamidade pública.
A reforma do posto de saúde teve início em abril de 2019 e a promessa de ser concluída em três meses foi apenas isso mesmo: promessa. Arrastando-se por longos nove meses, finalmente concluída, o sofrimento não finda: não tem médico. Um posto médico, sem médico.
Falar destes meses em que o atendimento foi realizado na casa de um dos representantes da prefeitura é reviver tormento, humilhação e descaso: banheiro imundo, único; medicamentos amontoados, uma sala improvisada para curativos e atendimentos e lixo, muito lixo. Restos de embalagens, de soro e seringas.
O médico que se submetia à viagem semanal para atender à população ousou uma denúncia. A partir daí era olhado como sem credibilidade pela gestão municipal de saúde, onde funcionou precariamente o posto; invariavelmente o veículo que o transportava da sede até a localidade “quebrava” ou pneus furavam, tanque de gasolina furado e bomba de combustível improvisada. Até que se afastou.
O terror e as ameaças não se restringiam ao médico. Era comum ouvir do “representante” a frase: “Tem atendimento, tem remédio e ainda reclama?”
Nova Holanda não é muito diferente de outras comunidades, localidades, povoados e distritos espalhados nestes 11.700 quilômetros de Pilão Arcado. Sofrimentos sem fim.