Tatiane Alves, soldada da Polícia Militar do Maranhão, revelou em entrevista que foi presa no quartel da PM no dia 5 de setembro por se recusar a extrapolar o horário de serviço. Alves tem um filho de 2 anos e meio e precisava amamentá-lo no horário.
“Ele afirmou que não seria possível a minha liberação, pois todos os outros policiais iriam permanecer até o término do evento. Novamente expliquei para ele que eu não tinha condições físicas de permanecer e ele falou que se eu não continuasse seria presa por desobediência. Expliquei mais uma vez e ele não quis entender a minha situação. Eu tinha que alimentar meu filho e se continuasse poderia desmaiar”, contou Tatiane à TV Difusora.
A agente ficou 24h detida no Presídio da PM em razão da recusa. Após o episódio, ela foi remanejada da segurança do Centro Histórico de São Luís para a Patrulha Maria da Penha. A policial, no entanto, não iniciou os trabalhos porque precisou iniciar tratamento psicológico.
“Essa não foi a primeira vez, já houve outras situações, mas dessa vez eu resolvi abrir para a sociedade entender um pouco o que a gente, da Polícia Militar, passa dentro dos portões”, declarou à jornalista Rosangela Bion de Assis no Portal Desacato.
Segundo Tatiane, o episódio se deu durante uma operação no aniversário de São Luís. “Nesse dia eu estava escalada das 14h às 20h. Durante todo o policiamento, não tivemos nenhum tipo de alimentação, apenas água. Quando deu por volta de 20h05, findando horário de serviço, ficamos sabendo que o serviço seria estendido até o fim do evento que não sabíamos o horário”, disse ao portal.
“Nesse momento eu comuniquei a ele que não tinha condições de continuar no serviço, meu filho já estava ali. Em nenhum momento ele quis me ouvir”, completou. O superior era o tenente Mário Oliveira, que determinou a prisão da PM. A cena da prisão foi gravada por ela e divulgada nas redes.
Ao jornalista Rafael Souza, do Uol, Tatiane disse que não tem mais medo de ser exonerada. “Porque não adianta a gente ficar em um ambiente de trabalho onde você adoece, e eu já adoeci. Eu permaneci um ano afastada para trabalhar meu psicológico, e quando eu pensei que algo poderia mudar, eu vi que não. Não muda. O ambiente militar é complicado, principalmente na polícia”, lamentou.
A Corregedoria da PM disse, em nota, que apura o caso.
Com informações do Uol, do MA10 e do Portal Desacato