PMDB planeja romper com Dilma e conduzir Temer à Presidência

Paula Pitta

  • Hipótese de Temer assumir governo transitório em caso de saída de Dilma é cogitada - Foto: Ueslei Marcelino | Ag. Reuters

    Hipótese de Temer assumir governo transitório em caso de saída de Dilma é cogitada

O PMDB planeja fazer coro ao pedido da oposição que quer a saída de Dilma Rousseff da Presidência. De acordo com a coluna “Painel” da Folha de S. Paulo, os peemedebistas pretendem romper com o governo até o congresso do partido, agendado para 15 de novembro. A previsão deles é que a crise econômica estará pior, sendo o momento oportuno para apoiar o impeachment ou renúncia da petista.

O primeiro secretário da Executiva Nacional do PMDB e presidente da legenda na Bahia, Geddel Vieira Lima, nega que haja um prazo para o rompimento, mas confirma que há “um processo em curso” para que isso aconteça. Como ele já tinha antecipado ao A TARDE em 26 de agosto, o partido deve deixar o governo em breve.

“Cresce ainda mais no partido quem pensa como eu, que chega de PT. Não tem mais como dar sustentação. Mas não tem um prazo (para rompimento), não tem como marcar uma data”, afirma Geddel.

Mesmo sem estabelecer o congresso como prazo, o peemedebista reconhece que o evento deve ser um momento crucial para articulação deste movimento. “Acho que vai ter uma explosão dos diretórios estaduais. As posições vão ficar mais claras”, avalia.

O presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação, não acredita em um rompimento total do PMDB com o governo de Dilma. Ele explica que o “PMDB não é um partido que tenha unidade interna” e lembra que desde as eleições já tinha uma ala da legenda que foi contrária ao apoio ao PT. Mas o petista avalia que esse grupo não aumentou.

“Parte já entrou rompido, mas a ampla maioria (deve continuar com o governo). Há exemplo do (vice-presidente Michel) Temer, Renan (Calheiros, presidente do Senado) e (o ministro de Aviação Civil, Eliseu) Padilha”, pondera Everaldo Anunciação.

Temer

Ainda segundo a Folha de S. Paulo, a ideia dos peemedebistas seria convencer o PSDB a manter o vice-presidente Michel Temer (PMDB) no comando de um governo de transição, no caso da saída de Dilma. Ele seria o responsável por controlar a crise política e econômica.

Geddel nega que o partido tenha essa intenção: “Não há articulação, mas Temer é vice-presidente, evidentemente que em caso de impedimento de Dilma, ele assume. Mas esse não pode ser o objetivo, pode ser no máximo uma consequência do desgoverno de Dilma”.

Temer também negou nesta quinta-feira, 3, que esteja articulando assumir o governo. “Muitas e muitas vezes dizem assim: ‘O Temer quer assumir o lugar da presidente’. Eu não movo uma palha porque aí sim eu seria oportunista. Aí, eu violaria a minha história”, respondeu ao ser chamado de oportunista durante debate em São Paulo.

No entanto, o vice-presidente cogitou que Dilma possa não resistir mais três anos e meio de gestão com os atuais índices de popularidade. “Hoje, realmente o índice é muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. Muitas vezes, se a economia começar a melhorar, se a classe política colaborar, o índice acaba voltando ao patamar razoável. O que nós precisamos não é torcer, é trabalhar para que nós possamos estabilizar essas relações. Se continuar assim, eu vou dizer a você, para continuar 7%, 8% de popularidade, de fato fica difícil passar três anos e meio”, afirmou.

De acordo com pesquisa Datafolha, divulgado no dia 8 de agosto, 8% dos entrevistados aprovavam o governo da petista e 71% reprovavam.

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