Por que Veja achincalhou o ministro Dias Toffoli?

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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, dormiu na noite de sexta-feira com a honra achincalhada nas redes sociais. O motivo: a revista já havia divulgado sua capa, em que ele era acusado de ter sido delatado por Léo Pinheiro, da OAS.

Um dia depois, quem comprou a revista, teve a sensação de ter comprado gato por lebre. Dizia-se apenas que Pinheiro havia indicado uma empresa de reformas a Toffoli, que pagou com seu próprio dinheiro as obras de reforma em sua casa. Veja, no entanto, insinuava: se ele falou disso, poderá falar de mais coisas no futuro. Ou seja: não havia um fiapo de prova contra Toffoli sobre nada, mas poderia vir a existir algo no futuro.

Assim que a semana começou, o ministro Gilmar Mendes começou a colocar um freio de arrumação na Lava Jato, insinuando que Toffoli teria sido alvo da retaliação de promotores por ter contrariado interesses da Lava Jato. No entanto, o próprio procurador-geral garantiu que Toffoli não foi citado em nenhum depoimento e insinuou que Veja mentiu ou foi operada por alguém interessado em melar a Lava Jato (leia mais aqui).

A teoria da conspiração dominante é de que tudo foi feito para proteger dois tucanos com pretensões presidenciais: Aécio Neves, já acusado pela OAS de cobrar propinas de 3% na Cidade Administrativa, e José Serra, acusado pela Odebrecht de receber, no exterior, uma doação via caixa dois de nada menos que R$ 23 milhões.

O ponto mais grave da discussão, no entanto, é jornalístico: o que leva uma revista semanal a destruir a honra de um ministro do Supremo Tribunal Federal, colocando-o na capa, sem que haja absolutamente nada?

Quem deve explicações, mais do que Janot, Toffoli ou Gilmar, são os editores da Abril para dizer que interesses a capa deste fim de semana esconde.

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