Povo não sai mais às ruas para defender nossas estatais

PSB se opõe à venda da Chesf com base em argumentos levantados por Miguel Arraes

Está marcada para amanhã, no Recife, uma assembleia geral extraordinária da Chesf para discutir mudanças no seu estatuto. Ela perderá sua autonomia, ficando totalmente subordinada à Eletrobrás, empresa que integra o Plano Nacional de Desestatização do governo Michel Temer. Em Pernambuco, é grande a movimentação de políticos do PSB contra a privatização da Chesf com base no velho argumento de que se valeu Miguel Arraes para se contrapor à venda da empresa durante o governo FHC: privatizá-la significa privatizar também o São Francisco, já que ela depende do rio para sobreviver. A propósito, pesquisa recente do Datafolha constatou que a maioria dos brasileiros é contra a privatização de nossas estatais, sobretudo do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e da Petrobrás. Não por consciência política e sim pela “lavagem cerebral” de que foi alvo nas três últimas campanhas presidenciais, nos seguintes termos: o que é do estado é bom para o povo, e o que é privado não presta. Só que, na prática, o brasileiro está pouco se lixando sobre se nossa telefonia celular é controlada pelo estado ou por grupos privados. Quer que ela funcione e lhe ofereça serviços de qualidade. Além do mais, depois que a Petrobrás foi saqueada por políticos inescrupulosos, que dividiam o poder com o presidente da República de plantão, quem mais se dispõe a sair às ruas para defender nossas estatais a exemplo do que se fez, por exemplo, na década de 50, com a campanha “O petróleo é nosso?” (Inaldo Sampaio)

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