Preocupado com pré-temporada, Fla não dá ritmo a time principal e inicia Libertadores longe do ideal

Éverton Ribeiro teve atuação apagada contra o River Plate
Éverton Ribeiro teve atuação apagada contra o River Plate Foto: RICARDO MORAES / REUTERS
Diogo Dantas

O plano do Flamengo era poupar, treinar e focar na Libertadores. A estreia frustrante diante do River Plate provou, no entanto, que a equipe principal precisava ter jogado mais vezes. O técnico Carpegiani atribuiu o empate ao cansaço de alguns jogadores e ao conjunto pouco afinado. Chegou a lamentar não usar alguns atletas no Fla-Flu devido a viagem para Cuiabá, e colocou um ponto de interrogação no planejamento. O que pode fazê-lo mudar de ideia e ter força máxima contra o Botafogo, amanhã, pela Taça Rio.

Os dados sobre os titulares mostram que houve até um equilíbrio de atuações desde a reapresentação, dia 14 de janeiro. O que não houve foi repetição do time. Sobretudo para azeitar a formação sem Cuellar, suspenso. Dos dez jogos até aqui em 2018, a escalação mais próxima da usada contra o River foi frente ao Botafogo, na semifinal da Taça Guanabara. Na ocasião, Cesar e Cuéllar ainda jogaram. A maioria dos titulares também entrou diante de Madureira e Nova Iguaçu, apenas.

No mais, formações alternativas foram lançadas com o objetivo de preservar as principais peças em pré-temporada. Tirando Renê, com oito jogos, Paquetá e Jonas, com sete, e Everton Ribeiro, com seis, nenhum titular fez mais da metade das partidas. Os que menos jogaram foram Diego Alves e Juan, três partidas. Rever e Dourado atuaram em quatro. Everton, que saiu por cansaço, em cinco, assim como Pará e Diego.

Questionado se a estratégia de preservar os principais atletas era realmente a correta, o médico do Flamengo, Márcio Tannure, sustentou que a ideia era sim dar tempo de treino na pré-temporada aos jogadores que se apresentaram depois. E que, por isso, a performance ideal só será alcançada depois de mais alguns jogos.

– Não foi o fato de terem chegado mais tarde, e sim que todo atleta requer um tempo para chegar no ápice de performance. Este índice demora de três a quatro meses para ser alcançado após o início da temporada. Então, claro que eles não se encontram ainda no melhor de suas performances, no ápice – avaliou o chefe do Centro de Excelência em Performance.

Tannure, contudo, garante que o nível físico dos jogadores é bom. As saídas de Everton e Jonas cansaram foram consideradas circunstanciais, pois a dupla normalmente se desdobra mais em campo. O ritmo e jogo, ele admite, requer mais partidas realmente.

– Demora um pouco para chegar na curva máxima de performance. E não foram poupados em muitos jogos, como dizem. Estavam em pré-temporada ainda, justamente por terem se apresentado depois e, por isso, não jogaram o início do Estadual. Única partida em que foram poupados foi contra o Fluminense – reforçou o médico.

Lição fora de casa

Com o empate na estreia diante do River Plate, o Flamengo precisa fazer o que não conseguiu ano passado: vencer fora de casa na Libertadores. Foram três derrotas na fase de grupo, contra Universidad Católica, Atlético-PR e San Lorenzo. O time volta a campo pela competição no dia 14 de março, contra o Emelec, em Guayaquil.

– Um time que se preza como Flamengo, jogar dentro ou fora de casa, não pesa. Vamos enfrentar o Emelec com a obrigação de ganhar – avisou Carpegiani.

Em seguida, o Rubro-negro enfrenta o Santa Fé, dia 18 de abril, no Rio, com portões fechados. Na sequência, pega o time colombiano, fora de casa, na semana seguinte.

A quarta rodada será diante do Emelec, provavelmente no Maracanã, somente em maio. O último jogo da fase de grupos será contra o River Plate, em Buenos Aires, no dia 25.

– Estou confiante. Sabemos das dificuldades, das equipes capacitadas, mas estamos preparados para buscar o jogo. Ano passado apesar de não termos conseguido, houve bons momentos jogando fora de casa. Tem que permanecer o que foi feito de bom. E corrigir. Vamos busca a vitória em qualquer lugar que jogarmos – projetou Diego.

Na Argentina, repercutiu a frase do atacante Lucas Pratto, de que o Flamengo era um time sem pegada. Vai precisar provar o contrário.

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