“Primeiro Impacto” é o primeiro jornal que sai do ar sem sair

Por Gabriel Vaquer

O prezado leitor do NaTelinha pode estar sem entender o título desta efusiva crítica, ou me xingando dizendo que repeti alguns termos.

É apenas figura de linguagem, mas no fundo, é o que está acontecendo com o “Primeiro Impacto”, a recém-estreada aposta do SBT para jornalismo na faixa da manhã. Lembro que eu mesmo fiz a crítica de estreia do telejornal há exato um mês, e apontei falhas e caminhos.

O problema é que, de lá para cá, aconteceu muita coisa, principalmente externa – e nem parece que passou apenas 30 dias: o jornal sofreu intervenções de Silvio Santos, perdeu uma hora e meia de tempo, e nesta semana, foi anunciada a retirada do helicóptero e notícias sobre o trânsito, links com repórteres e previsão do tempo, que era feita pela competentíssima Patrícia Rocha, que já vinha bem desde o extinto “Notícias da Manhã”.

Ou seja, com essa última decisão, o jornal saiu do ar mas sem sair efetivamente. Vai virar um leitor de notícias anteriores que já foram exibidas e reprisadas à exaustão no “Jornal do SBT”. Se é pra ser assim, tira o jornal do ar. Karyn Bravo e Joyce Ribeiro não merecem isso, como nenhum profissional merece. É boicotar o próprio produto, é pedir para que ele não dê certo. E nem vai dar. Não vou me assustar se daqui uma semana, o SBT decrete seu fim.

Eu entendo que o público do SBT não seja muito chegado a um jornal, o pessoal assiste para ver programas de auditório, desenhos e novela mexicana. Mas se quer investir no mínimo de jornalismo que seja, que o faça com o mesmo vontade que se lança as novelas infantis. O departamento de jornalismo do SBT só tem herói, porque as decepções e o desleixo do canal com ele já não é de hoje. A isso, meus cumprimentos a quem trabalha lá. Merecem os maiores elogios.

Por fim, é questão de tempo para o “Primeiro Impacto” sair do ar de verdade. Ele já nasceu morto, e é quase impossível de reviver. E assim vai mais uma aposta em jornalismo matinal pro ralo feita pelo SBT… Uma pena.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *