PSB pode estar jogando fora o governo de MG

Acordo entre o PT e o PSB, além de incoerente, sacrificaria o socialista Mário Lacerda

A política de Minas, hoje, não tem nada a ver com a do século passado, quando o Estado praticamente se dividia em duas poderosas forças políticas. Do lado do PSD (Partido Social Democrático) pontificavam homens como Tancredo Neves, Murilo Badaró, Juscelino Kubitscheck, Renato Azeredo e muitos outros que poderiam ser definidos como políticos com “p” maiúsculo. Do lado da UDN (União Democrática Nacional) era a mesma coisa. Tinha lá Afonso Arinos, Bilac Pinto, Aliomar Beleeiro, Aureliano Chaves e muito outros. Hoje, o quadro político no Estado-síntese do Brasil está empobrecido. De um lado está o senador Aécio Neves (PSDB), ferido de morte pela Lava Jato e do outro o governador Fernando Pimentel (PT), ameaçado por um processo de impeachment na Assembleia Legislativa. O PSB (Partido Socialista Brasileiro) identificou esse vácuo e lançou o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, seu mais importante líder no Estado, para concorrer ao Palácio da Liberdade.

Precedente de que o Estado busca caras novas já pôde ser visto em 2016 quando o ex-presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, elegeu-se prefeito da capital por um partido fantasma: PHS. Pois bem, Lacerda pode ser o Kalil de 2016, comendo pelas beiradas as viúvas de Aécio e de Pimentel. Mas o PSB, estupidamente, estava examinando até a última quinta-feira a hipótese de “rifá-lo” numa negociação com a cúpula do Partido dos Trabalhadores. Pelo acordo, que não teria vingado, o PSB apoiaria o candidato do PT a presidente da República e a candidatura de Pimentel à reeleição. Em troca, o PT apoiaria a reeleição de Paulo Câmara em Pernambuco, e a do candidato João Azevedo na Paraíba. Pensam talvez que o eleitor do século XXI está disposto a engolir todo tipo de acordo de cúpula, por mais incoerente que seja. Este de Minas e Pernambuco, além de incoerente (o PSC ajudou a tirar Dilma do poder em 2016), sacrificaria o único político mineiro em condições de alçar voo nessas eleições.

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