Queijo coalho terá selo de origem este ano

Hoje, Estado possui 38 queijarias artesanais registradas.  Número de produção deve crescer

Hoje, Estado possui 38 queijarias artesanais registradas. Número de produção deve crescerFoto: André Nery/Arquivo Folha de Pernambuco

Produzido na região de Champagne, na França, a bebida champagne só pode ser rotulada assim quando é feita exatamente nesse lugar. Caso contrário, a bebida não é considerada champagne. Da mesma forma, o tão querido e conhecido queijo coalho dos pernambucanos pode ganhar esse mesmo registro, importante para alavancar a produção no Estado.

Um documento foi encaminhado pela Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) ao Ministério da Agricultura para pleitear o que se chama de Denominação de Origem Controlada (DOC) para o queijo coalho produzido em Pernambuco. Esse é um selo para identificar quando a mercadoria é fabricada na região de origem.

A expectativa é que o DOC para o queijo coalho seja liberado pelo Ministério da Agricultura até o final deste ano. “Depois que o ofício é enviado, técnicos do ministério fazem análise do pedido e estudam a viabilidade econômica a ser gerada para os produtores do queijo. Mas a formalização tem todas as indicações para sair ainda este ano”, explicou Carlos Ramalho, superintendente de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Pernambuco, ao complementar que o selo garante registro, marca e tradicionalismo para a mercadoria do Estado.

Produtor de queijo coalho, dono de uma queijaria artesanal na cidade de Venturosa, no Agreste de Pernambuco, Romildo Bezerra defende o DOC e espera aumentar a produção e a comercialização da mercadoria. “O queijo coalho artesanal tem inspeção estadual, por isso o selo é importante para fortalecer o produto. É um pedido que o setor vem lutando há bastante tempo para conseguir”, disse o representante do setor, ao acrescentar que isso vai agregar qualidade à mercadoria.

Atualmente, Bezerra produz cerca de dois mil quilos de queijo por semana. “Estamos aguardando uma demanda grande para vender. Inclusive, em função do DOC, comecei a produzir queijos coalho condimentados para ampliar nossa linha de produção. Então estou fazendo o queijo de sabores de pimenta, orégano e defumado, por exemplo”, contou.

Para Ramalho, a medida realmente é fundamental para esse aumento de vendas. “A fabricação da mercadoria é forte no Estado. É uma venda que muitas vezes acontece direto pelo produtor, por isso o reconhecimento é fundamental”, afirmou. E para o pedido ganhar mais força, a Adagro realiza um trabalho de formalizar queijarias no Estado, pois muitas delas não possuem registro junto ao órgão.

“A Adagro sempre faz visitas a estabelecimentos para orientar sobre a formalização e equipamentos necessários para conseguir o registro”, comentou Ramalho. Atualmente, são 38 queijarias artesanais registradas em Pernambuco.

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