Queimado: Collor já teve a sua chance e jogou fora

Povo brasileiro não deu qualquer sinal até agora de que deseja a volta de Collor

O senador Fernando Collor anunciou em Arapiraca (AL) na última sexta-feira que será candidato a presidente da República pelo PTC. Ele foi o maior fenômeno eleitoral do Brasil desde a primeira eleição direta para presidente após o fim do ciclo militar. Era governador de Alagoas quando decidiu lançar-se como “outsider” à sucessão do então presidente José Sarney.

Sua campanha chegou rapidamente aos brasileiros, sinalizando que algo novo estava para surgir no cenário político nacional. Esse “algo novo” foi justamente ele, o “caçador de marajás”, que chegou ao segundo turno com Lula, deixando para trás veteranos políticos com inegáveis serviços prestados à democracia como Ulysses Guimarães, Leonel Brizola e Mário Covas, para citar apenas esses três. No governo, iniciou o processo de abertura da economia e teve tudo para ser um grande presidente dada a sua juventude, preparo e garra.

Mas cercou-se de ministros medíocres que não tinham noção da complexidade do país, subestimou o Congresso e o povo, deslumbrou-se com o poder quando fez da Casa da Dinda um “hotel seis estrelas” e misturou o público com o privado sem a menor necessidade de fazer aquilo. Pelo conjunto da obra foi o primeiro presidente de nossa história s sofrer um processo de impeachment, tendo cumprido a pena (suspensão dos direitos políticos por 8 anos) num exílio de luxo (Miami). Já teve portanto a sua chance e não há qualquer indício de que o povo o queira de volta. No entanto, é positivo que entre no jogo para ser uma opção a mais num cenário político marcado até agora pela mediocridade e a desilusão.

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