Quem será a próxima vítima da “contrassacanagem”?

 

Por Jorge Serrão 

Atividades de Inteligência e contrainteligência, lícitas ou absolutamente fora da lei, são rotinas em todos os países desenvolvidos ou subdesenvolvidos. No Brasil, depois que a Polícia Federal detonou uma operação para coibir o uso indevido e ilegal da Polícia Legislativa, ficou consagrada uma inovação: a ação de “Contraburrice”.

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Na Câmara, Senado e periferias dos poderes de Brasília, todo mundo sempre soube que existia uma máquina de espionagem, com trejeitos de milícia, que prestava serviços a alguns poderosos de plantão no legislativo. O cinismo pragmático em vigor no Brasil não permite que tamanha monstruosidade seja neutralizada e rigorosamente combatida.

Escutas ambientais e grampos telefônicos ilegais, usando até sofisticados equipamentos para invasão de computadores e interceptação de conversas em celulares são ações rotineiras na Brasília fora da lei, onde o crime institucionalizado faz a farra. O serviço sujo é feito por empresas privadas de “informação” e “consultorias” em segurança.

O fato mais grave, desconhecido ou cinicamente ignorado por muita gente, é que muitas empresas “estatais” e órgãos públicos têm estruturas internas de “inteligência” – muitas delas que agem da forma mais burra, descarada e detectável. As “gestapos” tentam agir de forma invisível

Esse monstrengo de “contraburrice” é viabilizado pela absoluta falta de transparência nas relações entre o público e o privado no Brasil. O problema é agravado pela absoluta insegurança jurídica brasileira que facilita a desgovernança do crime institucionalizado, cada vez mais organizado e pronto a se “reinventar” nestes tempos de guerra de todos contra todos em ritmo de salve-se quem puder.

A busca de informações privilegiadas para negócios & negociatas ou de informações relevantes para serem usadas contra adversários, inimigos ou concorrentes é uma “necessidade” em um ambiente estatal capipunista, cartorial, centralizado, cartelizado, corrupto e, acima de tudo, canalha. O rigor seletivo é viabilizado por este esquema de malvadezas sem fim.

Mais uma vez, é preciso insistir por 13 x 13: O Brasil precisa ser reinventado. É imprescindível uma Intervenção Cívica Constitucional, acompanhada por muito debate livre, para promover mudanças estruturais na máquina estatal brasileira. Sem Aprimoramento Institucional, não tem solução: o crime institucionalizado continuará com suas práticas delitivas sistêmicas de usar e abusar das negociatas, espionagens, “contraburrices” e jagunçagens.

Democracia (Segurança do Direito) e Transparência são os remédios mais recomendados para implantar a verdadeira moralidade pública, com plena fiscalização e controle da máquina estatal exercida por cidadãos eleitos para esta finalidade.

Enquanto isso não acontece, fica a pergunta: quem será a próxima vítima da “contrassacanagem”?

Cuidado, porque pode ser você… Alguém sa sua família… Um amigo… E até seu inimigo…

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