Renan defende nomeação de apadrinhados

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu, nesta quinta-feira (7), a nomeação de funcionários apadrinhados em relação aos contratados por concurso público. O senador passou ao largo de comentar o fato de ter abrigado no gabinete um funcionário ficha-suja, preferindo exaltar o que considera ser o maior corte de despesas da Casa. Renan afirmou que a gestão economizou, de fevereiro até agora, R$ 169,4 milhões.

O Senado tem mais funcionários admitidos por apadrinhamento do que por mérito. O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília abriu inquérito civil em outubro para investigar loteamento partidário nas nomeações de comissionados na Casa.

O presidente da Casa disse que as ações que têm tomado não são “propaganda e marketing político-administrativo”, mas “medidas reais” que podem ser verificadas por quem quer que seja.

Renan ainda se valeu de dados para justificar a contratação dos apadrinhados. Ele afirmou que, de todo o orçamento do Senado, 82% são consumidos com despesa de pessoal. Além disso, 14% com custeio e somente 2% com investimentos. Segundo o presidente do Senado, o gasto com os 2.991 efetivos entre janeiro e setembro foi de R$ 1,8 bilhão. Já com os comissionados, o montante foi de R$ 258 milhões.

No entanto, o presidente do Senado não mencionou o fato de ter no gabinete 12 funcionários que são ou já foram filiados ao PMDB, um dos alvos de investigação do MPF. Também não mencionou o assistente parlamentar que foi nomeado para o escritório político dele, mesmo tendo perdido a vaga para a Câmara de Maceió sob acusação de trocar dinheiro e combustível por votos.

Ele preferiu repetir todas as medidas administrativas que tem tomado para cortar R$ 300 milhões até o fim do próximo ano. Renan também reafirmou ter ordenado o corte dos salários acima do teto do funcionalismo público, mas destacou que, embora respeite “o direito sagrado à crítica”, não se pode separar situações desiguais ou recorrer a “análises seletivas”.

FolhaPE

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