Romero Jucá é exonerado

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Depois de negar que deixaria o Ministério do Planejamento, devido ao vazamento de umáudio em que chama a Operação Lava Jato de ‘sangria’ que teria que ser interrompida, Romero Jucá (PMDB-RR) anunciou, no fim da tarde desta segunda-feira (23), que vai se deixar o cargo. O peemedebista já reassume a vaga no Senado nesta terça (24), quando será publicada a portaria com a exoneração. Quem fica no lugar dele é o atual secretário executivo Diogo Oliveira.

Jucá fez o anúncio à imprensa após reunião com o presidente interino Michel Temer (PMDB) no Senado. Os dois foram à Casa para encontrar o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), em que pediram apoio para aprovar a nova meta fiscal – fixada com um rombo de R$ 170,5 bilhões.

Romero Jucá afirmou que vai aguardar manifestação do Ministério Público sobre agravação publicada pela Folha de S. Paulo nesta manhã. “Meu gesto é um exemplo de que somos transparentes, nada temos a esconder”, afirmou, acrescentando que estava tranquilo em relação à apuração sobre o áudio. “Sei que não fiz nada de errado e nada melhor do que uma manifestação isenta para dizer se eu cometi naquela conversa algum tipo de crime. Acho que não cometi, meu advogado acha que não cometi, então eu espero que o Ministério Público se pronuncie”, disse. O peemedebista frisou que, se a investigação apontar que a gravação não aponta atos ilegais, pode ser reconvocado para o governo Temer.

O peemedebista ficou irritado ao ser questionado sobre o pedido de de cassação contra ele, prometido pelo PDT para esta terça (24), e afirmou que o partido “pode entrar com o que quiser”. “O senador Telmário Mota deve entregar a mulher dele, que está procurada pela polícia e até agora está foragida junto com Neudo Campos (ex-governador de Roraima)”, atacou. Ambos foram condenados em um esquema de desvio de verbas públicas conhecido como “esquema dos gafanhotos”. Campos (PP), marido da atual governadora do estado, fugiu para a Venezuela, segundo a Polícia Federal.

O ÁUDIO – Em conversas ocorridas em março passado, Jucá sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que uma “mudança” no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” representada pela Operação Lava Jato, que investiga ambos. Gravados de forma oculta, os diálogos entre Machado e Jucá ocorreram semanas antes da votação na Câmara que desencadeou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. As conversas somam 1h15min e estão em poder da PGR (Procuradoria-Geral da República).

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