Salvação para Temer: aliança com militares, devassa da Lava Jato no PMDB, redução de gastos e impostos

 

Por Jorge Serrão 

Michel Temer tem muitos desafios estratégicos e táticos para assumir, com plenos poderes, a Presidência da República, assim que o impeachment de Dilma Rousseff for confirmado no final de agosto – se não houver atrasos com os conchavos entre a petelândia e Renan Calheiros – um inimigo nada oculto do Presidento Interino. O Palhasso do Planalto aposta que Dilma vai renunciar na véspera da decisão, para preservar seus direitos políticos.

lula Pedindo cabeças

Ma prática, Temer só conseguirá fechar um pacto de sustentação e governabilidade se tomar medidas que rompam com o caos montado pela desastrosa gestão petista-peemedebista. Se Temer não se reinventar, e a economia não destravar depressa, acabará engolido pelo tsunami da antecipação eleitoral – na qual Lula (legítimo gono-réu) aposta suas fichas para se salvar na guerra de todos contra todos. O desfecho do desastre é imprevisível…

O primeiro passo Michel Temer já está dando. Já vazou a articulação que ele faz com a cúpula militar, assumindo compromissos de fortalecer o papel das Forças Armadas, tão logo seja efetivado na Presidência. Ao contrário do que se comenta em algumas análises, os militares não querem voltar ao protagonismo político. No entanto, exigem (este é o termo usado) condições plenas para cumprir sua missão escrita no artigo 142 da Constituição Federal, sobretudo para promover a Segurança Nacional destroçada pela ação estratégica do Foro de São Paulo. A contrapartida do acerto entre militares e Temer é neutralizar o golpismo bolivariano em adiantado curso, apesar da aparente derrocada do PT.

O segundo passo de Temer é complicadíssimo politicamente: uma limpeza na cúpula do PMDB. O Presidente terá de sair do mero apoio retórico e dar todo sinal verde para que a Força Tarefa da Lava Jato promova uma ampla devassa no partido que ele (Temer) presidia até outro dia. Interessa demais a Michel Temer que seja eliminado um de seus inimigos declarados, mas que opera na mais refinada falsidade política no trato com o governo provisório: Renan Calheiros. O Presidento Michel terá de rezar para que o “bode expiatório” Eduardo Cunha assuma sozinho suas broncas, sem causar danos letais ao grupo próximo ao presidente.

O terceiro passo de Temer também é complicado, porém é inteiramente possível, contando com o apoio da maioria esmagadora de empresários e trabalhadores. Temer terá de apostar todas as duas fichas na redução real dos gastos públicos, junto com a redução de impostos. Para isso, terá de contrariar o pensamento ortodoxo de sua equipe econômica. O andar da carruagem globalitária indica que Temer receberá forte pressão do FMI para reduzir despesas urgentemente para evitar a quebradeira sistêmica previsível do setor público no Brasil. Temer sabe que vai se ferrar se aplicar o remédio errado, aumentando a insuportável carga tributária e mantendo os juros na estratosfera.

A melhora econômica é o capital fundamental de Temer para ter sucesso nas complexas negociações políticas, jurídicas e militares. Por isso, mais que nunca, Temer precisa sentir e se render à pressão popular por melhoras e mudanças, nas ruas e nas redes sociais. O momento brasileiro exige dele serenidade, seriedade e atitudes corretas.

Temer tem capacidade de articulação para cumprir tantos desafios estratégicos. Ele só não tem o direito de errar nas táticas, cedendo aos interesses espúrios a sua volta. Temer ainda tem (pouco) tempo para provar que consegue ser um estadista. Do contrário, cairá igualzinho a Dilma.

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