Sanguinetti levanta suspeitas de homicídio

Pelas evidências do episódio, legista diz que tudo leva a crer que Morato foi assassinado

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A confirmação da mor­te de Paulo César de Barros Morato por envenenamento pela Secretaria de Defesa Social, foi avaliada pelo médico legista George Sanguinetti.  Ele é conhecido como o especialista que questionou a morte do ex-tesoureiro da campanha de Fernando Collor, Paulo César Farias, assassinado na década de 1990. Segundo Sanguinetti, a confirmação da morte pela ingerência do organofosforados, mais conhecido como chumbinho, levanta a hipótese de homicídio.

“Se for identificado o chumbinho, permanece para mim o homicídio. Se forem  extenuadas todas as possibilidades, acredito no suicídio”, afirmou Sanguinetti. Ao analisar as imagens de Morato, encontrado no motel Tititi em Olinda, no dia 22 de junho, o especialista questionou os sintomas encontrados no corpo. “No início, sempre há vômitos com secreções, como muco e sangue. Não há secreção oral ou nasal, ou evidências de convulsão no leito e nem rigidez muscular que, com o passar do tempo, podem se modificar”, explicou.

O perito também avaliou que os efeitos do chumbinho começam a fazer efeito, em média, trinta minutos depois de ser consumido.  Morato entrou no motel ao meio dia do dia 21. Seu corpo foi encontrado 30 horas depois. “O chumbinho, por não ter cheiro, é muito usado para homicídios, que muitas vezes são destinados a aparentar suicídio. Dependendo da quantidade ingerida, o chumbinho começa a provocar seus efeitos, em média, depois de 30 minutos, mas o tempo é variável para chegar a morte. Depende da quantidade ingerida e as características individuais para produzir a morte quanto ao tempo”, disse.

Ele também criticou a nota da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco sobre o caso. No texto, a Gerência Geral de Polícia Científica informa que o resultado das investigações serão encaminhados à Polícia Civil no prazo de dez dias.

“A nota é omissa quanto à etiologia jurídica de morte. Não declara suicídio ou homicídio. Talvez espere a conclusão de todos exames, laudos, etc. Diz que houve envenenamento, mas não declara se tomou de vontade própria ou se foi ministrado por terceiros”, argumentou Sanguinett.

A SDS informou, também, que foram concluídos, além do exame de DNA, os exames histopatológico e toxicológico nas vísceras de Morato. Restando, ainda, ser concluída a perícia das imagens, papiloscopia, química e a tanatoscópica, além do esclarecimento do local da morte.

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