Senado fez valer a força que o STF lhe conferiu

O Senado pouco se importou com decisão do ministro Alexandre de Moraes determinando que a votação para o exame das medidas cautelares impostas pelo STF (Primeira Turma) ao senador Aécio Neves deveriam se realizar por votação aberta e nominal. Segundo o ministro, democracia é sinônimo de transparência. Daí a importância de o eleitor ser informado de como votou o seu senador. Com a decisão tomada por Moraes, imaginou-se que o tucano poderia não escapar no plenário da Casa. É que muitos senadores teriam receio de “mostrar a cara” e por isso votariam favoravelmente à manutenção das cautelares, embora no íntimo fossem contra elas. Ledo engano. Quarenta e quatro dos 81 senadores votaram contra as cautelares e 26 a favor delas.

O senador Fernando Bezerra Coelho votou a favor de Aécio e Humberto Costa, contra. E o senador Armando Monteiro não participou da votação porque está em viagem oficial aos Emirados Árabes. No fundo, o Senado fez valer a força que o próprio STF lhe conferiu, ao decidir na semana passada por 6 votos contra 5 que medida cautelar imposta a congressista tem que passar pelo crivo da Casa à qual ele pertence. Com a bola nos pés, portanto, e movido pelo “espírito de corpo” que caracteriza o nosso Congresso, o Senado devolveu o mandato ao tucano, do qual estava afastado desde setembro, e o liberou para sair de casa à noite.

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