Sertanejo é encontrado vivo em mata 24 dias após acidente aéreo

O cantor revelou que chegou a cogitar suicídio por achar que não conseguiria encontrar o caminho de volta para casa ou qualquer tipo de ajuda

Redação
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

 

O cantor Matheus Soliman, de 22 anos, pode dizer que nasceu de novo. O rapaz e o amigo, Fábio de Souza, foram encontrados com vida 24 dias após sofrerem um acidente aéreo e se perderem na mata.

Matheus e Fábio estavam desaparecidos desde o dia 4 de outubro e foram localizados na última quinta-feira (29), após conseguir pedir ajuda em uma fazenda em Colniza (MT), cidade que faz divisa com Rondônia.

Em entrevista ao UOL, o sertanejo contou que a aeronave pegou fogo assim que eles saíram dela. O rapaz, que é piloto em formação afirmou que a aeronave, que saia de São Luís com direção a Machadinho do Oeste (RO), deu pane a 400km do destino deles.

“Eu sou piloto em formação, conheço bem avião e, como estava me saindo bem nas aulas, eles pediram para fazer uma viagem-teste. Tanto é que consegui lidar com a pane e fiz um pouso forçado. Assim que conseguimos sair da aeronave, ela pegou fogo. Eu e meu companheiro estarmos vivos é um milagre”, explica.

No relato, Matheus contou que nos primeiros dias ficou próximo a um rio, depois de se perder na mata, eles contavam com a sorte da chuva para se hidratar.

“Quando chovia, usávamos folhas como recipiente para conseguir pegar a água da chuva e beber; outros dias, encontramos poças de água da chuva e tomamos daquela água mesmo. Tentávamos fazer um filtro com a camiseta para beber essa água, para não vir a terra e a sujeira para a garganta”.

Pouco antes de acharem a fazenda, a dupla cogitou suicídio por achar que jamais conseguiria voltar para a realidade. A força do sertanejo foi a filha que tinha para conhecer.

“Manter o psicológico era o mais difícil. Muitas vezes pensamos em desistir, chegamos a pensar em suicídio, mas um ia dando forças para o outro e ajudava acalmar a situação. Minha maior força era minha filha, que nasceu no período em que eu estava perdido. Todo dia eu pedi: ‘Deus, deixa eu conhecer a minha filha”.

No local onde eles conseguiram ajuda, Matheus e Fábio foram alimentados e abrigados, e lá eles falaram com os familiares. “Liguei por chamada de vídeo para a minha mãe. Quando ela me viu, ela só conseguiu gritar ‘meu filho’ e já começou a chorar. Eu comecei a chorar do outro lado da linha e foi só choro”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *