STF envia denúncia ao MPF contra ministros da Saúde e da Defesa por crime na produção de cloroquina

A denúncia parte da deputada Natália Bonavides (PT-RN), que vê crime de responsabilidade no gasto de R$ 1,5 milhão de reais com a produção do medicamento

Natália Bonavides, Eduardo Pazuello e Fernando Azevedo e Silva (Montagem)

O Supremo Tribunal Federal (STF) despachou nesta sexta-feira (14) a denúncia de crime de responsabilidade, apresentada pela deputada federal Natália Bonavides (PT-RN), contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, para o Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com a assessoria da deputada, o pedido busca investigar os ministros pelo gasto de R$ 1,5 milhão de reais com a produção de hidroxicloroquina, medicamento sem comprovação científica e que tem sido utilizado como tratamento do coronavírus.

“A forma como Bolsonaro e seus ministros vêm lidando com a pandemia é absolutamente desastrosa. Já são mais de cem mil mortes e grande parte poderia ter sido evitada com uma política que não fosse negacionista e anti-ciência. As ações e omissões desse governo precisam ser investigadas para haver responsabilização”, afirma Bonavides.

Em maio deste ano, o Ministério da Saúde divulgou diretrizes para tratamento com hidroxicloroquina para pacientes com Covid-19, apesar de organizações internacionais, como a OMS, afirmarem que a eficácia do uso não é comprovada cientificamente. Mesmo assim, entre março e junho deste ano, foi gasto quase meio milhão de reais, por meio de um laboratório do exército, na produção do medicamento.

Mesmo tendo divulgado as diretrizes e insistir no uso do medicamento, o próprio Ministério da Saúde reconhece não haver comprovação científica da eficácia do tratamento da Covid-19 com hidroxicloroquina, como consta no próprio documento do Ministério da Saúde que autoriza a utilização.

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