Tadeu Alencar vê oportunismo em críticas de Armando Monteiro à gestão Eduardo

Foto: JC Imagem

Por Gabriela Lopez
Do JC Online

“É estranho que alguém que se elegeu com nosso apoio, com o prestígio do governador Eduardo Campos e que tenha saído há tão pouco tempo da gestão faça crítica”. Foi com esta declaração que o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, rebateu o questionamento do senador e pré-candidato ao Palácio das Princesas no próximo ano, Armando Monteiro Neto (PTB), em relação à quantidade de ex-prefeitos nomeados para cargos na gestão estadual, feito durante entrevista à rádio  JC News, nessa sexta-feira. O auxiliar lembrou que o parlamentar usou a imagem de Eduardo Campos em programa partidário veiculado recentemente na televisão, embora o PTB tenha saído, no mês passado, da gestão socialista.

“Atribuo (a declaração do senador) a uma antecipação indesejável da disputa política”, disparou o secretário. Sem sinalização de apoio de Eduardo Campos ao projeto eleitoral de Armando, o PTB entregou os cargos que ocupava no governo estadual e assumiu uma postura “independente na Assembleia Legislativa (Alepe).

Levantamento obtido pela colunista do JC Sheila Borges mostra que há pelo menos 16 ex-prefeitos alocados no governo Eduardo Campos, grande parte ocupando postos na Casa Civil ou na Secretaria de Agricultura. Segundo dados do Portal da Transparência, o salário líquido de alguns deles chega a aproximadamente R$ 7,6 mil, como o do ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho Lula Cabral (PSB), hoje presidente da Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe).

Tadeu Alencar exaltou que todos os nomeados atendem ao alarmado critério de meritocracia que, segundo o governo, norteia as contratações da equipe. “Estas pessoas têm uma grande experiência de administração pública, conhecem a máquina. Alguns foram prefeitos quatro vezes.

Na Casa Civil, que tem o papel de articulação, temos, por exemplo, Adelmo Moura (ex-prefeito de Itapetim), que conhece a região do Sertão do Pajeú e pode trazer as dificuldades que, de longe, da capital, não temos como ter um relato. É uma antena do governo. Estranho seria se colocássemos um engenheiro na Casa Civil”, defendeu.

O secretário da Casa Civil não soube informar de pronto quantos ex-prefeitos estão na administração, mas ressaltou que, se forem 16, o número não representa 10% do total de 184 municípios pernambucanos.

Ele minimizou ainda o fato de as nomeações de ex-gestores terem se intensificado nas últimas semanas – como aponta o Diário Oficial do Estado -, ao mesmo tempo em que o governo anunciou corte de sete secretárias para enxugar a máquina. Tadeu Alencar argumentou que nomeações e exonerações fazem parte da dinâmica da administração pública.

“Esta gestão não veste a carapuça de que faz o jogo da velha política. Estamos seguros de que fizemos o que tínhamos que fazer. Expandimos a administração quando ela precisou ser expandida e, agora, estamos enxugando. Não há contradição”, insistiu.

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