Técnicos mais jovens da Série A, Barbieri, do Fla, e Larghi, do Atlético-MG, duelam enquanto lidam com a pressão

Barbieri, do Flamengo, e Larghi, do Atlético-MG, são os mais jovens treinadores do Brasileiro
Barbieri, do Flamengo, e Larghi, do Atlético-MG, são os mais jovens treinadores do Brasileiro Foto: Gilvan de Souza/Flamengo e Bruno Cantini /Atlético-MG
Diogo Dantas

Flamengo e Atlético-MG, que se enfrentam hoje, às 16h, no Maracanã, são dois dos três clubes do Brasileiro que ainda acreditam em um trabalho de longo prazo com um técnico de pouca experiência — o terceiro é o Internacional, com Odair Helmann. Caçulas do campeonato, o rubro-negro Maurício Barbieri, de 36 anos, e o atleticano Tiago Larghi, de 37, seguram-se com os times na parte de cima da tabela e tentam lidar com a pressão, que parece ser maior em cima de profissionais sem histórico de títulos, mesmo que estudiosos e talentosos.

A ciranda no cenário de elite nacional é uma constante para todas as idades. Até a 26ª rodada do Brasileiro, foram 25 trocas de comando. São 15 demissões e oito saídas do cargo por propostas mais vantajosas ou insatisfação do treinador. O curioso é que em 14 das trocas, ou 56%, o substituto era um treinador mais jovem. Nas outras onze vezes optou-se por um profissional com mais idade.

Foto: Arte Extra

Apenas São Paulo (Diego Aguirre), Internacional (Helmann), Cruzeiro (Mano Menezes), Grêmio (Renato Gaúcho), Flamengo (Barbieri) e Atlético-MG (Larghi) não trocaram de treinador neste Brasileiro. Mas só Hellmann, Mano e Renato estão nas equipes desde o início da temporada.

A idade média dos técnicos, que no começo da competição era de 48,2 anos, já aumentou: está em 49,7 anos. A título de comparação, em 2017, o campeonato começou com média de 49,5 anos e terminou com 51. Os novinhos vão bem agora: dos 15 treinadores demitidos pelos clubes este ano, apenas seis estão abaixo da média de idade do Brasileiro. Entre os quatro profissionais que pediram para sair do clube por uma proposta melhor em 2018, três são da nova geração: Jair Ventura, Alberto Valentim e Fábio Carille.

Hoje, no Maracanã, Barbieri e Larghi vão disputar quem é o filho caçula favorito do campeonato.

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Maurício Barbieri e Tiago Largui entraram nas vagas deixadas por Paulo César Carpegiani e Oswaldo de Oliveira, respectivamente. Barbieri saiu do Guarani (SP) para integrar a comissão permanente do Flamengo, onde já havia feito estágio com Zé Ricardo em 2017, como auxiliar. Já beira os seis meses de trabalho à frente do time, três deles como interino.

— Hoje sou o treinador do Flamengo, estou treinador do Flamengo. Eu me sinto à altura do desafio e estou trabalhando para ajustar e buscar os resultados que a gente deseja — disse Barbieri.

Foto: Arte Extra

Largui, que era analista da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014, tem história parecida no Atlético-MG. Ele fez 32 jogos como interino, durante quatro meses, a partir de 9 de fevereiro. Só foi efetivado em 25 de junho. Três dias antes do colega rubro-negro.

— Barbieri ainda desenvolve um ótimo trabalho, não vejo motivo para alarde — elogiou Largui: — Sei que as cobranças são grandes, o foco é no trabalho e no desempenho sempre. O objetivo aqui é estar entre os seis primeiros. No nosso caso, o rendimento é bom e também não vejo alarde. Já passou a turbulência.

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