Transnordestina tem novo reajuste e passa a custar R$ 11,2 bilhões

A obra passa a ser realidade somente para 2018. Trecho pernambucano prevê remobilização em breve.

André Clemente

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Obra avança no Piauí e no CEará. Pernambuco tem embargo em Custódia
A ferrovia Transnordestina sofre nova revisão e o custo sai de R$ 7,5 bilhões para R$ 11,2 bilhões. Já é a terceira mudança de orçamento de implantação do projeto e consequente adaptação no prazo de conclusão. Em 2004, na concepção, eram R$ 4,5 bilhões necessários para a obra. De lá para cá, o custo foi reajustado para R$ 5,4 bilhões em 2008, depois para R$ 7,5 bilhões em 2011, quando o projeto passou por intervenções mais fortes que incluíram construção de trechos e não mais a recuperação de trilhos existentes. O prazo de entrega também seguiu o caminho e a previsão de ser entregue em 2010 passou para 2012, 2013, 2015, dezembro de 2017 e agora, com status de 52% de engenharia, é prevista para julho de 2018.

O calendário também prevê a remobilização de canteiros de obras em Pernambuco, único dos três estados sem atividades construtivas. De acordo com o diretor de planejamento da Transnordestina Logística (TLSA), Edson Pinto, Pernambuco teve uma celeridade muito expressiva em anos anteriores e avançou, mas um embargo na cidade de Custódia não permitiu que continuasse o percurso de implantação dos trilhos. “Mas são 550 quilômetros de trilhos prontos em todo o projeto e 400 quilômetros são em Pernambuco, por exemplo. Vamos tentar mobilizá-lo em breve e, a partir da ordem de serviço, concluir o trecho de Custódia a Suape em 30 meses”, explicou. O diretor participou de audiência da comissão especial de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mediada pelo deputado estadual Miguel Coelho, na Assembleia Legislativa de Pernambuco.

O embargo no percurso pernambucano diz respeito à Igreja São Luiz Gonzaga, em Custódia, no Sítio Fazendinha, que foi validada como patrimônio histórico, tombado, e, portanto, tinha restrições para demolição. Uma nova rota foi planejada, passando 14 metros ao lado da unidade e uma nova igreja chegou a ser construída em 2011, mas não houve adesão da comunidade.

A Ferrovia Transnordestina possui 1.753 quilômetros, sendo 750 quilômetros deles em Pernambuco. A obra parte de Eliseu Martins, no Paiuí e segue até Salgueiro no Sertão de Pernambuco, de onde partem as duas conexões para os portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco. Da extensão total, 750 quilômetros estão em Pernambuco, 608 quilômetros no Ceará e 395 quilômetros no Piauí. Atualmente, já foram aplicados R$ 5,7 bilhões na obra. “Mais de 70% da execução orçamentária vai para a etapa de infraestrutura, que inicia com a movimentação de terra. Os solos são instáveis na rota da ferrovia, o que exige mais movimentação de terra e que deixa o quilômetro mais caro”, explica.

A previsão atual é que a Ferrovia Transnordestina movimente cerca de 30 milhões de toneladas por ano, sendo destaque de 3,4 milhões de toneladas em grãos, 1,8 milhões de toneladas de combustíveis, 10 milhões de toneladas de minério de ferro e 7,9 milhões de toneladas em outras cargas.

Entenda o avanço do custo da obra

(2004 – 2008) Pelo projeto inicial, a implantação previa 800 quilômetros de novos trechos ferroviários e 1.100 seriam aproveitados de malhas já existentes da Rede Ferroviária Federal, que passariam por remodelação. Neste tempo, em 2008, o orçamento sofreu apenas uma atualização, passando de R$ 4,5 bilhões para R$ 5,4 bilhões.

(2011) O projeto passou por fortes intervenções e passou a ser 100% rota de trilhos implantados, sem trechos a serem recuperados. O custo saltou para R$ 7,5 bilhões.

(2014 – 2015) A nova mudança inclui, além de atualização e reajuste, uma incorporação de novos pontos de engenharia, que inclui os pontos de mudança de rotas, postos de acessibilidade, adequações e custos com medidas socioambientais.

Fonte: Diário de Pernambuco

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