Tratado de Nanquim encerra Guerra do Ópio entre chineses e britânicos

Desfecho do conflito foi considerado humilhação para imperador chinês, cuja dinastia começou a sofrer pressão dos levantes populares

Em 29 de agosto de 1842, o Tratado de Nanquim pôs fim à Guerra do Ópio entre a China e a Grã Bretanha.

Algumas décadas antes, em 1793, o grande imperador Qianlong havia zombado dos britânicos, rejeitando suas tentativas de aumentar o comércio com o Império do Meio.

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Pintura de John Platt e John Burnet, de 1846, encena a assinatura do Tratado de Nanquim

Os mercadores da Companhia Inglesa das Índias Orientais e o governo de Londres receberam muito mal a indisposição do imperador em encontrá-los. Não deixaram de difundir fortemente em toda a Europa o desprezo que lhes inspirava essa China, outrora tão elogiada, hoje arcaica, imóvel, voltada para si mesma.

Seu despeito era ainda maior visto que continuavam comprando da China o chá que os britânicos consumiam bastante, bem como muitos outros produtos de luxo – porcelanas, pedrarias e sedas.

Para tentar equilibrar uma balança comercial pesadamente deficitária, a Companhia das Índias pôs em ação um “comércio triangular” tão pouco recomendável quanto era o tráfico de escravos. A companhia desenvolveu nas Índias a cultura do pavot – toda planta papaverácea do gênero Papaver, agrupando diversas espécies que produzem flores indo da papoula (Papaver rhoeas) ao pavot a ópio (Papaver somniferum) — e de modo totalmente ilegal, inicia os chineses no consumo do ópio.

As vendas ilegais de ópio na China passaram de 100 toneladas para 2.000 toneladas em 1838.

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