Vasco e Flamengo disputam clássico com tensão semelhante, mas por motivos distintos

Diogo Dantas

Vasco e Flamengo se reencontram em posições diametralmente opostas na tabela do Brasileiro, e com preocupações grandes, porém distintas, hoje, às 19h, em Brasília. É o clássico da ressurreição, e quem ganhar pula no trampolim para resgatar a boa fase.

Do lado vascaíno, a zona de rebaixamento bateu à porta e pressiona o técnico Alberto Valentim, o terceiro a comandar a equipe na temporada. No Flamengo, Maurício Barbieri acumula cinco meses de trabalho após substituir Carpegiani, mas também está com a corda no pescoço. O motivo é a queda de produção da equipe depois da Copa do Mundo, que acarretou em eliminação na Libertadores e perda de posições no Brasileiro. São apenas cinco vitórias em 12 jogos desde a Copa do Mundo. O empate no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil só deixou o ambiente mais tenso.

Se o objetivo do Vasco é sair do Z-4, com um jogo a menos, o do Flamengo é não deixar o G-4 e voltar a brigar pela liderança, apesar dos atuais cinco pontos de diferença para o Inter. O rubro-negro terá uma semana livre para trabalhar após o clássico, e em seguida recebe o Atlético-MG antes de fazer o segundo jogo do mata-mata contra o Corinthians.

Para o Vasco, a maratona não é problema. E sim a defesa, a terceira pior do campeonato, com 35 gols sofridos. O que faz o problema defensivo do Flamengo, que recentemente piorou, parecer pequeno – são apenas 20 gols contra. Na Gávea, o drama é a seca dos centroavantes. Embora na competição seja o quarto ataque mais positivo, com 35 gols marcados, os homens de frente estão em branco há um mês.

A perigo no Flamengo, o técnico Maurício Barbieri contará com força máxima na partida. Ele relacionou inclusive Cuéllar e Paquetá, que voltaram da seleção e estão nitidamente desgastados. A dupla, no entanto, pediu para jogar. Paquetá pode até mudar de posição. Existe a possibilidade de Barbieri usar o meia pela ponta esquerda, e deixar Vitinho no banco. Com isso, Arão entraria ao lado de Cuéllar no meio. Barbieri conversou em particular com Paquetá no treino de ontem. E ouviu dele e de Cuéllar que poderia contar com eles no clássico.

Já Alberto Valentim terá que fazer ao menos duas mudanças no Vasco, já que Desábato e Pikachu estão suspensos e Wagner rescindiu seu contrato. O treinador, porém, tem a chance de ter novamente à disposição quatro jogadores que estavam em fase de recondicionamento físico: Giovanni Leandro Castan, Henríquez e Rafael Galhardo.

O clima de tensão no clássico levou a avaliações diferentes dos dois lados. O Flamengo, em melhor fase, relativiza a crise do rival, que projeta com otimismo a volta por cima com uma vitória. Andrés Rios, homem de frente vascaíno, acredita no início de uma arrancada. Já são três jogos com derrota sob o comando do novo treinador, Alberto Valentim.

— Perdemos os últimos jogos e precisamos vencer de qualquer forma. A hora de voltar a ganhar é agora, não podemos deixar para frente, para iniciar uma sequência positiva dentro do Brasileiro — declarou o camisa 9, após semana de protestos da torcida em São Januário.

O zagueiro Réver fez o discurso tradicional de 50% de favoritismo para cada um. Sobretudo pelo mau momento da equipe no ano, nas competições que disputa.

— O momento do lado de lá pode não ser tão bom, mas não temos nada a ver com isso. Cada time tem a sua preocupação. Buscaremos a vitória a todo momento — avisou o capitão.

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