O vereador Odilon Rocha de Sanção (SDD), que criticou no último dia 24 de abril o salário que seu cargo recebe, foi preso nesta terça-feira durante uma operação contra fraudes da Polícia Federal e do Ministério Público do Pará (MPPA) no município de Parauapebas, no Sudeste do Pará. Além do vereador, um comerciante do município e o vereador José Arenes (PT) foram presos. A Prefeitura de Parauapebas disse em nota que colabora com as investigações.

De acordo com a PF, documentos foram apreendidos na prefeitura do município e mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a operação Filiesteu. A ação combate um esquema de fraudes em processos licitatórios e superfaturamento de terrenos desapropriados pela prefeitura.

Odilon Rocha é acusado de envolvimento com fraudes em licitações no período em que exerceu o cargo de primeiro secretário da casa, entre os anos de 2013 e 2014. De acordo com as investigações, o objetivo das licitações era a compra de veículos e alimentos para a Câmara de Vereadores.

A MPPA informou que Odilon é suspeito de receber 50% dos valores superfaturados do empresário que vencia as licitações do período. Na ocasião, o empresário foi preso acusado de emitir notas superfaturadas. A fraude ultrapassa o valor de R$ 1,3 milhão.

‘Se não for corrupto, ele mal se sustenta’

Na sessão do dia 24 de abril, Odilon Rocha disse que “mal dá para sobreviver” com o salário pago aos vereadores. “Com o valor que o vereador ganha aqui, se ele não for corrupto, ele mal se sustenta durante o mês”, afirmou o vereador. O vídeo com a declaração circulou pelas redes sociais e foi alvo de reclamações de moradores do município.

A Câmara tem 15 vereadores, e cada um recebe salário de R$ 10.013 e R$ 2.800 para despesas com combustível. Há ainda à disposição R$ 1 mil para ligações telefônicas. Com tudo, recebem por mês R$ 13,8 mil, que pode aumentar R$ 300 a R$ 800 com auxílio viagem.

Fonte: O Dia