Vídeo mostra funcionários da UPA do Rio escondidos durante tiroteio

Ana Clara Veloso e Marta Szpacenkopf

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra vários funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Rocinha deitados no chão de uma sala para se proteger do tiroteio na comunidade, na manhã deste domingo. Nas imagens, é possível ver o nervosismo das pessoas escondidas na sala durante o tiroteio.

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A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que o vídeo se passa dentro da UPA e que os funcionários estão concentrados em ponto estratégico, “de acordo com o protocolo de Acesso Mais Seguro”.

A Secretaria informou ainda que o acesso para a UPA da Rocinha e para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Maria do Socorro Silva e Souza, também na comunidade, estão restritos no momento, devido a situação do entorno. A UPA segue atendendo somente casos graves e baleados.

O clima é de muita tensão desde a manhã deste domingo na Rocinha. Apesar do comércio na beira da estrada estar aberto, na altura do Complexo Esportivo da Rocinha, a maioria das pessoas procurava passar rápido pela área e evitava dar entrevistas. Enquanto o EXTRA esteve no local, houve a inserção de uma equipe policial na comunidade. Uma pessoa morreu após o intenso tiroteio na favela. Thiago Fernandes da Silva, de 25 anos, tinha cinco anotações criminais.

A Polícia Civil ainda investiga outras supostas mortes e feridos.

O delagado Antônio Ricardo, da 11ª DP (Rocinha), contou que o intenso tiroteio deste domingo na comunidade da Zona Sul foi causado por uma disputa pela venda de drogas.

— É uma disputa pelo monopólio de venda de drogas na Rocinha, já que era do Antonio Bonfim e agora está sob a liderança do Rogério Avelido — contou o delegado.

Ricardo esclareceu que os criminosos que forem identificados nessa ação responderão por cinco crimes.

— Vamos apurar tentativa de homicídio, resistência qualificada, disparo de arma de fogo, associação ao tráfico, porte ilegal de arma de fogo. Ou seja, todos que forem identificados nessa ação vão responder por esses cinco crimes — disse.

Carro com marcas de tiros na entrada da Rocinha
Carro com marcas de tiros na entrada da Rocinha Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

Segundo moradores da comunidade, as atividades estão ainda mais prejudicadas na parte de cima. Comércios foram fechados e ônibus não circulam. Policiais militares fazem a patrulha ao redor da comunidade. Mesmo assim, até o movimento de carros na Estrada Lagoa-Barra é reduzido nesta manhã. Na rua de acesso para a Rocinha, é possível ver carros usados por bandidos na invasão com muitas marcas de tiros.

— Os tiros começaram às 6h20. Foram muitos. Os policiais entram por aqui e recomeça. Isso aí ainda vai render muito — lamentou um homem, que não quis se identificar.

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