Trump vai a guerra: Oriente Médio é ‘ninho de vespas’
Um dia antes da visita ao Congresso americano para discutir o orçamento do governo, o presidente dos EUA, Donald Trump, reforçou algumas das promessas que vem fazendo desde a sua campanha. Em discurso na Casa Branca, ele destacou que vai propor um “aumento histórico” de 10% em despesas com defesa, ressaltando que o Oriente Médio tornou-se um “ninho de vespas”.O plano prevê um crescimento de US$ 54 bilhões nos gastos, enquanto os cortes em outros setores para custear esse aumento provavelmente atingirão os fundos de ajuda a outros países – refletindo o discurso de Trump para que os aliados dos EUA desempenhem um papel maior nos esforços globais de pacificação.
Após afirmar que o governo não deve se apoiar somente em reformas, o líder americano disse que pretende destinar recursos ao combate a crimes violentos e a manter fora do país os criminosos e terroristas. “Nosso foco é manter fora do país as más pessoas”, ressaltou o presidente.
O republicano também demonstrou que tentará fazer com que os recursos sejam utilizados de forma mais eficiente possível. “Nós vamos fazer mais com menos”, disse Trump, acrescentando que também pretende dar mais autoridade aos Estados e substituir o Obamacare por outro programa de saúde.
Em relação a investimentos para estimular a economia, Trump destacou que “não há outra escolha” a não ser investir em infraestrutura. Sobre a receita, Trump disse que quer cortar impostos “substancialmente”, sugerindo que alíquotas menores vão incentivar a economia dos EUA.
O presidente também comentou sobre as tarifas com outros países. Ele prometeu fazer com que os impostos “sejam mais justos”. “O que é justo para eles pode não ser justo para nós. O que queremos é comércio justo”, afirmou.
A Casa Branca já havia anunciado que enviaria aos departamentos federais uma proposta de orçamento citando um aumento de gastos de defesa prometido por Trump, financiado parcialmente por cortes no Departamento de Estado dos EUA, na Agência de Proteção Ambiental e em outros programas não relacionados à defesa, segundo duas autoridades com conhecimento sobre o assunto.
Uma delas disse que o pedido de Trump para o Pentágono incluiu mais dinheiro para a construção naval, aeronaves militares e o estabelecimento de “uma presença mais robusta em importantes vias navegáveis internacionais”, como o Estreito de Hormuz e o Mar da China Meridional.
Uma segunda autoridade disse que o orçamento do Departamento de Estado poderia ser cortado em até 30%, o que forçaria uma grande reestruturação e eliminação de programas.
Os funcionários pediram anonimato porque o projeto de orçamento ainda não havia sido divulgado. (AE)