Corregedoria faz pente-fino em batalhão e encontra munição fria, drogas e granada

Drogas são achadas dentro de armário em batalhão
Drogas são achadas dentro de armário em batalhão
Marcos Nunes e Rafael Soares

A Corregedoria da Polícia Militar encontrou drogas, munição fria — que não pertence à PM —, uma granada e uma luneta para fuzil em três armários do 17º BPM (Ilha do Governador), durante uma inspeção feita no batalhão na tarde desta quinta-feira. Dois dos armários tinham identificação, e seus donos — dois praças — serão investigados.

O objetivo da medida é o de saber se há ou não indícios da participação de policiais da unidade no assassinato do major Alan de Luna Freire, que teve o carro atingido por 24 tiros de fuzil, na última terça-feira, em Nova Iguaçu. O major chefiava o serviço reservado do batalhão era um dos encarregados de levantar informações sobre o traficante Fernandinho Guarabu, responsável pelo tráfico no Morro do Dendê, na Ilha do Governador.

A maior quantidade de drogas — cocaína, maconha e crack — foi achada num armário sem identificação no alojamento dos praças. Segundo o coronel Marcelo de Menezes, que comanda o 17º BPM, uma equipe da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investiga a morte do major Luna Freire, também é esperada na unidade.

— A equipe da DHBF vai fazer um trabalho para inspecionar o notebook que era usado pelo major assassinado, a fim de tentar encontrar algo que ajude na investigação — disse o oficial.

Segundo o coronel Marcelo de Menezes, a inspeção feita pela corregedoria não afetou o funcionamento da unidade que comanda. De acordo com o oficial, estão sendo desenvolvidas ações para enfraquecer o braço financeiro de Fernandinho Guarabu. O bandido é suspeito de ordenar a morte do major Luna Freire. A polícia também investiga se o ex-PM Antônio Eugênio de Souza Freitas, o Batoré, seria um dos três homens responsáveis por executar o oficial com tiros de fuzil.

— Desde o dia da morte do major estamos ocupando o Morro do Dendê, por ordem do comando da PM. Estamos desenvolvendo ações para sufocar o braço financeiro da quadrilha, que age na exploração da contravenção, de caça-níqueis e do transporte irregular de passageiros — disse o coronel Marcelo de Menezes.

O major Luna Freire foi morto pouco depois de sair de casa, quando estava a caminho do 17º BPM. Ele teve o carro interceptado por bandidos na Avenida Pensilvânia, no Bairro Jardim Esplanada, em Nova Iguaçu. O assassinato ocorreu após o oficial retornar de um período de folga que durou três dias. Policiais da DHBF analisam imagens de câmeras de segurança, que flagraram a ação dos assassinos, para tentar identificar os responsáveis pela morte de Alan Luna Freire.

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