Incumbido da fiscalização do processo eleitoral do Conselho Tutelar, ocorrido em outubro passado, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recebeu denúncia, por meio de WhatsApp, dando conta da prática de boca de urna e corrupção eleitoral.
No dia do pleito, perto das 11h, o MPPE recebeu do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comcap) de Paulista, a denúncia em formato de áudio, com o seguido teor: “Bom dia. Eu estou aqui na Escola Dr. Luiz Cabral de Melo e tá tendo boca de urna pra Toinho de Rachel. A turma de Júnior Matuto tá em peso, com R$ 20, R$ 40. Tá rolando muito”.
Candidato e seus apoiadores, Ubiracy e William, foram confrontados em depoimento, oferecendo versões contraditórias: ora negando, ora afirmando se conhecerem, apesar de se seguirem mutuamente nas redes sociais.
Eleito para o mandato de conselheiro tutelar, Toinho revelou que o custeio do seu material de propaganda foi financiado pelo ex-prefeito da cidade Júnior Matuto, confirmando denúncias enviadas ao ministério.
Outro candidato envolvido nos crimes cometidos na eleição foi Eliab. A promotora Rafaela Melo, que estava atuando no pleito teve informação, apontando que no local da votação da Escola Estadual José Brasileiro Vilanova, O líder comunitário Cláudio Adão estava distribuindo material de propaganda do candidato Eliab.
A despeito do trabalho pedagógico do Ministério Público, o então candidato retornou ao local de votação e persistiu na prática, assediando eleitores, embora tivesse sido advertido por membros do ministério.
A exemplo de Toinho de Rachel, Eliab incorreu em conduta vedada pelo ECA e pelo Conanda, conforme resolução n° 231/2922, que trata da idoneidade moral exigida como requisito de investidura no cargo.
O processo tramita na Vara da Infância e Juventude da Comarca de Paulista. O procurador-geral do município, Geraldo Lima, declarou que a prefeitura vem acompanhando esses processos e cumprindo com as determinações judiciais.
A posse dos novos conselheiros tutelares acontecerá no próximo dia 10. Ainda não foi decidido se os dois conselheiros envolvidos no escândalo tomarão posse no cargo.