“A minha obrigação foi comunicar a CGU e o MPF”, revela ex-superintendente da Codevasf Miled Cussa sobre escândalos envolvendo emendas parlamentares; vídeos
Redação
Durante coletiva com a imprensa realizada nesta quinta-feira (15) na Câmara Municipal de Juazeiro, o ex-superintendente da Codevasf, em Juazeiro, Miled Cussa Filho afirmou que cooperou com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Controladoria-Geral da União (CGU) sobre os escândalos envolvendo o destino de emendas de deputados, dentre eles, do ex-patrão Elmar Nascimento (UB). Provavelmente esse deve ter sido um dos motivos de sua exoneração do cargo.
Ainda na sua fala, ele disse não acreditar que tenha sido afastado do cargo através de ‘fogo amigo’ ou de perseguição política. “Eu não posso afirmar devido à falta de provas. A minha indicação para assumir o cargo veio através do deputado federal Elmar Nascimento. Eu não acredito que tenha sido dessa forma. O deputado está em missão na China com o presidente Lula. Ele inclusive apresentou uma nota no jornal Metrópoles no dia 7 de abril elogiando meu trabalho. Então não sei sobre essa conotação política”.
Ele ainda explicou sobre o andamento dos processos de liberação emendas que chegaram à Codevasf através de de deputados. Ele aproveitou para revelar a inércia da Prefeitura do município de Campo Formoso para executar uma determinada obra através de convênio.
“A gente faz licitação de pavimentação para que possa ser executada em qualquer município. As atas envolvem base, sub-base e a pavimentação. Quando chega o recurso, de imediato avisamos o prefeito, se tiver serviço pre-liminar o município tem que fazer, e se houver drenagem, ter que aterrar, remover poste, cerva, a prefeitura tem que fazer para deixar no ponto. […] Como a estrada de Campo Formoso é vicinal e teve muitas especificidades não poderíamos fazer por nossa ata porque a prefeitura não fez a sua parte.”
Sobre os equipamentos que estão no pátio há meses para serem destinados para associações, sindicatos e prefeituras, Miled afirmou que a direção da autarquia federal não tem condições de destinar para outras finalidades.
“Entregamos R$ 140,8 milhões em equipamentos. Esses objetos não ficam parados, entram e saem. A rotatividade é muito grande e todos os recursos que chegam na Codevasf são oriundos do parlamento através de emenda individual, emenda de bancada ou emenda de comissão. Os parlamentares indicam os destinos. A Codevasf faz apenas o critério técnico de acordo a lei”.
Ele riu quando foi questionado sobre os escândalos envolvendo o destino de emendas do deputado Elmar Nascimento, denunciado pela Polícia Federal através da imprensa nacional. “Nós não tomamos nenhuma medida contra empresas. A relação básica da Codevasf referente a convênios é com as prefeituras. Tudo que fizemos foi dentro dos parâmetros legais, por isso que foi minha obrigação comunicar a CGU e ao MPF”.
Miled passou três anos e meio no comando da Codevasf. Ele assumiu no lugar do Coronel PM, Anselmo Bispo.
Com imagens de Irenildo Santos