Havia uma reunião prevista entre empresas brasileiras e representantes do governo Michel Temer marcada para a próxima quarta-feira, 28. Antes disso, entretanto, o vídeo com declarações do ministro Fernando Coelho Filho enaltecendo a redução do conteúdo local já era transmitido para petroleiras em Houston (EUA).
Para exploração em terra, o índice de conteúdo local será 50%. Nos blocos em mar, o conteúdo mínimo será de 18% na fase de exploração, 25% para a construção de poços e 40% para sistemas de coleta e escoamento. Nas plataformas marítimas, o percentual será 25%. Atualmente, os percentuais de conteúdo local são definidos separadamente em cada rodada nos editais que são publicados para chamar os leilões.
“Estamos mais realistas, reduzimos em média 50% o conteúdo obrigatório. No entendimento do governo, este percentual não só vai estimular o investimento na indústria de óleo e gás no Brasil, como vai possibilitar a maior contratação de empresas brasileiras no desenvolvimento econômico”, diz o ministro Fernando Coelho Filho no vídeo.
Representantes da indústria nacional, entretanto, discordam frontalmente da posição do governo. Segundo estimativas da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e de empresários de óleo e gás, as novas medidas serão responsáveis pela demissão de mais 1 milhão trabalhadores. Isso porque o país já enfrenta taxa recorde de desemprego, com 12,9 milhões de pessoas sem trabalho (leia mais aqui).
A cadeia fornecedora, que teria investido, nos últimos anos, mais de US$ 60 bilhões na implementação e capacidade de produção para atender a demanda nacional do setor (leia mais).