Barragem de Ponto Novo tem sido a esperança da região Centro Norte baiano

Adelson Carneiro

Grazzielli Brito – Ação Popular

Entre os 214 municípios baianos que foram decretados em situação de emergência em decorrência da seca, está o pequeno município de Ponto Novo, na região Centro Norte do estado, com cerca de 16 mil habitantes. A cidade tem sido esperança de muitos por conta da Barragem do município, que tem fornecido água para Senhor do Bonfim, Filadélfia e Caldeirão, onde a água já se extinguiu. O reservatório de Ponto Novo tem sido cobiçado por muita gente, somando isto à grande estiagem, ela está com seu nível de água comprometido.

O prefeito Adelson Carneiro Maia (PP) diz que o município estava desenvolvendo, mas que agora vive uma situação delicada. “A estiagem está nos castigando, esperamos que chova”. Ele fala das dificuldades enfrentadas no município. “O secretário de meio ambiente já me informou que o projeto de irrigação está sendo cortado. Antes eram 12 horas, mas agora tivemos que reduzir pra 4. Estamos vendo Ponto Novo entrar em colapso”.

A barragem atraiu muito investimento, no início, e o governo garantiu aos agricultores e irrigantes que teria água suficiente, mas isso não acontece. “A água não está dando mais. A situação é difícil, a gente sabe que quando eles não puderem mais produzir naquele projeto de irrigação vão correr pra porta da prefeitura e não vamos ter como socorrer todo mundo”.

Barragem de Ponto Novo

Adelson cobra mais ações dos governos estadual e federal. “Que cheguem mais rápidos esses grãos que eles têm para distribuir, as linhas de crédito são importantes também. Os governantes precisam procurar uma solução, o povo esta carente, sofrido. Estou colocando 5 carros pipas pra abastecer meu município. O pessoal tem deixado a zona rural porque não tem mais como sobreviver. As pessoas perderam seus rebanhos”.

“No nosso município a gente acredita que 70% do rebanho foi perdido, muitos criadores tiveram que alugar pastagem fora para que os animais não morressem de fome e a cada dia que passa essa quantidade de perda vai aumentando, se essa estiagem continuar esse numero vai chegar a 100%”, lamenta o prefeito.

Ele cita o caso de uma fazenda produtora de banana no município para explicar a crise. “O comércio fracassou e vai piorar. Tem uma fazenda que era uma das maiores produtoras de banana do país, em Ponto Novo, que tem hoje em torno de 600 funcionários e o proprietário esteve comigo e com alguns secretários e disse que na proporção que fosse reduzindo a água ele ia reduzindo os funcionários. E isso infelizmente vai acontecer. Todo mundo apostou na cidade, mas agora a água faltou”.

A falta de recursos na prefeitura também preocupa. “Em janeiro tivemos uma receita boa, mas fevereiro e março isso já caiu em torno de 70%. Em janeiro o município recebeu 800 mil, em fevereiro e em março 240 mil. Caiu muito! Como posso trabalhar com uma expectativa dessas? Tenho uma folha de pagamento de 1 milhão de reais. Fica difícil administrar assim”, finalizou.

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