O economista neoliberal Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio fundador da Gávea Investimentos, fez declarações sobre a atual situação econômica do Brasil em entrevista ao Valor Econômico, afirmando que talvez seja o momento de reduzir as taxas de juros, porém ressaltou que o Banco Central precisa do apoio do governo em questões fiscais. Segundo ele, não há pessoas sádicas no Banco Central e criticou a visão de que a instituição está a serviço dos rentistas, argumentando que o governo é o principal tomador de empréstimos e exerce pressão sobre os juros.

O ex-presidente do Banco Central também criticou as tentativas de desfazer medidas adotadas durante o governo Bolsonaro, como a revisão da polêmica privatização da Eletrobras, que, na verdade, foi uma doação da empresa a seus sócios minoritários, a mudança na política de preços da Petrobras e a alteração do marco do saneamento.

Apesar de reconhecer os esforços dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, em restabelecer a credibilidade fiscal, Armínio expressou sua decepção, afirmando que esperava que o país tivesse “aprendido com as lições do PT no poder”. Ele reafirmou seu apoio a Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral, afirmando que “não se arrepende de seu voto”.