Cerimônia em comemoração aos 100 anos de Lomanto Júnior na Câmara de Juazeiro é marcado por revelações históricas da política
Redação
Foi realizada nesta sexta-feira (06) na Câmara Municipal de Juazeiro, cerimônia em comemoração aos 100 de vida do ex-governador e senador pela Bahia, Lomanto Júnior. O autor da proposta foi o vereador Alex Tanuri a pedido dos irmão John Khoury e Jorge Khoury .
Durante o evento, várias autoridades estiveram presentes, dentre elas, os ex-prefeitos Professor Rivadavio Espínola Ramos, Jorge Khoury, Paulo Bomfim, o prefeito eleito Andrei Gonçalves, a presidente do Rotary Club de Juazeiro, Graça Carvalho, Miled Cussa superintendente da Codevasf, vereadores Mitu do Sindicato, Hittálo Marcelino, Renato Brandão, Gildásio Barão, e outros.
“Fiquei muito satisfeito com a solenidade realizada aqui na Casa Aprígio Duarte Filho em homenagem aos 100 anos de nascimento do ex-governador e senador Lomanto Junior. Isso é o mínimo que poderíamos fazer por esta pessoa tão importante para nossa terra, um líder político, mas sobretudo uma pessoa querida que identificava a questão das pessoas do que a questão do crescimento econômico. Então por tudo que Lomanto fez pela Bahia, e em especial por Juazeiro, fiquei muito feliz por esta homenagem a ele”, disse Jorge Khoury.
Emocionando, o ex-deputado federal, Antônio Lomanto Neto Filho agradeceu pela homenagem. “Foi muita emoção! A homenagem foi fantástica! Vou levando o coração cheio de emoção. Prometi aos meus irmãos que viria representar a familiar. Aprendi muitas coisas neste evento de hoje. Eu sempre digo para minha três filha que temos que valorizar como patrimônio: a família, a saúde e os amigos. Quero agradecer ao povo de Juazeiro pela homenagem”.
Quem surpreendeu com seu belo discurso foi o advogado Jaime Badeca. “Eu acompanhei com Jorge na casa de Joca Oliveira, Lomanto Junior quando ficava hospedado. Eu vi muitos momentos importantes quando ainda pequeno meu pai [Jaime Badeca – primeiro presidente do Diretório Acadêmico da Famesf] me levava aos eventos, e Lomanto foi um dos políticos que logo cedo me impressionou com a sua oratória. Ele era muito teatral, gesticulava muito, falava muito bonito com uma voz muito estridente. Outra coisa, ele foi um senador muito respeitado no Brasil. Estou muito feliz hoje por estar ao lado de Lomanto Neto, Jorge Khoury, Andrei Gonçalves e Graça Carvalho neste momento lindo de justa homenagem a este brasileiro que é Antônio Lomanto Junior”.
Para o autor da proposta, vereador Alex Tanuri, foi um momento de muita emoção e ainda com relatos surpreendentes que marcaram a história política de Juazeiro. “Este é um dos momentos mais emocionantes que estou passando durante o meu mandato de vereador. Quando Jorge e John me ligaram propondo fazer esta homenagem, logo me coloquei a disposição devido ao laço de amizade que meu avô [Américo Tanuri] tinha ao ex-governador Lomanto Junior. Foi um momento prazeroso, impar, e isso ficará marcado na história dos meus mandatos com esta homenagem que fizemos a Lomanto Junior”.
Um dos momentos surpreendente foi quando o vereador revelou que seu avô, Américo Tanuri, acolheu em sua casa o ex-deputado federal e líder das Ligas Camponesas de Pernambuco, Francisco Julião no inicio do Golpe Militar a pedido de Lomanto Junior. Julião era aliado político do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes.
“São histórias que marcam a história política de Juazeiro e que muitas pessoas ainda não conhecem. Algumas pensavam que nós erámos de direita, outra de esquerda, mas meu avô era um homem simples, gostava de ajudar as pessoas, e Francisco Julião foi uma dessas pessoas quando acolheu em sua casa ainda prefeito a pedido do ex-governador Lomanto Junior”.
Outro fato narrado pelo vereador foi referente ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), em Juazeiro, que apoiou a candidatura de Américo Tanuri para prefeito. Na época o partido tinha em seus quadros de filiados Chico Romão, Saul Rosas, Benedito Pereira, José Pereira, Elzito Belfort, Pedro Brandão, Osvaldo Gomes, Senhor e Tico. O PCB foi criado, em Juazeiro, 20 anos depois da Revolução Russa, em 1937. “Naquela época existia divergências, mas no final todos se uniam querendo o bem de Juazeiro. Meu avô ajudou muitos deles na época da ditatura”.