Defesa de presidente da Jovem pede liberdade e descreve espancamento: “Foi tão somente vítima”

João Victor da Silva, de 27 anos, que foi preso em flagrante após ser espancado durante uma briga com a organizada do Santa Cruz, segue internado na UTI

Por: Felipe Resk, do DP

Roberto Guimarães/Bancada 1905

A defesa do presidente da Torcida Jovem do Leão, João Victor da Silva, de 27 anos, que foi preso em flagrante após ser espancado durante uma briga com a organizada do Santa Cruz, entrou com pedido de liberdade provisória, na Justiça de Pernambuco, na sexta-feira (7).

No documento, obtido pelo Diario de Pernambuco, a defesa alega que o presidente da Jovem foi vítima de tentativa de homicídio e afirma que não havia policiamento no local. O pedido, ainda sem decisão, é assinado pelo advogado Rômulo da Silva Brito.
João Victor é o homem que aparece, em diversos vídeos, sendo espancado com socos, chutes e pauladas por rivais vestidos com a camisa da Explosão Coral, a antiga Inferno Coral. O episódio aconteceu na Rua Real da Torre, na Madalena, Zona Norte do Recife, no sábado (1), dia do Clássico das Multidões.
O presidente da Jovem foi autuado em flagrante, após ser socorrido às pressas no Hospital da Restauração (HR), e teve a preventiva decretada pela Justiça. Ele é acusado de associação criminosa e por promover tumulto, praticar ou incitar a violência.
Segundo a defesa, ele foi submetido a mais de uma cirurgia, para retirada de sangue que estava fora de circulação, e levou mais de 100 pontos na cabeça.
João Victor permanece internado na UTI de um hospital em Paulista, no Grande Recife, para onde foi transferido posteriormente. O estado de saúde é grave e não há previsão de alta.
Brigas de organizadas
De acordo com a versão do advogado, o presidente da Jovem estava se deslocando com outros integrantes da organizada até o estádio do Arruda, palco da partida, quando foi atacado pela facção rival.
A defesa alega que ele não estava armado nem portava objetos contundentes ou explosivos na ocasião. Por causa do ataque, ele teria corrido por quase 400 metros até ser alcançado por quatro motoqueiros, que o derrubaram e começaram a espancá-lo até desmaiar, segundo o advogado.
“A Polícia Militar não estava no local de acesso ao estádio do Arruda. Pois, se estivesse, não teria acontecido esse vandalismo nem João Victor Soares da Silva teria sofrido tentativa de homicídio”, narra o defensor. “O requerente é tão somente vítima neste caso”.
O advogado alega, ainda, que “as testemunhas de acusação, ora policiais militares que depuseram e declararam no auto de prisão em flagrante, não declararam crimes praticados de autoria do requerente”. “A primeira vez que as testemunhas arroladas pela acusação visualizaram o requerente [foi] no leito do Hospital da Restauração no Recife”, diz.
Segundo a Polícia Civil, o presidente da Jovem tem outras passagens e responde a processo por associação criminosa, motivada por intolerância esportiva. Ele também é apontado como líder do grupo que entrou em enfrentamento com Polícia Militar (PM), em Caruaru, Agreste de Pernambuco, no jogo entre Sport e Central, na semana anterior.

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