Delação de Apolo Vieira preocupa o PSB de Pernambuco

O juiz Sérgio Moro, atendendo a ponderações do Ministério Público Federal, revogou a prisão preventiva do empresário pernambucano Apolo Vieira Santana, que ele próprio havia decretado, ao saber que ele decidira fazer “delação premiada” para colaborar com a Justiça.

Santana seria um dos donos do jatinho que caiu em agosto de 2014 no litoral de Santos (SP) e matou o então candidato a presidente da República, Eduardo Campos (PSB). A prisão dele foi decretada por Moro no âmbito da “Operação Blackout”, a 38ª fase da Lava Jato.

Sua “delação” preocupa a cúpula do PSB de Pernambuco porque ele também foi investigado no âmbito da “Operação Turbulência”. Mas, tanto quanto a dele, também preocupa o PSB a suposta “delação” do empresário Aldo Guedes, que presidiu a Copergás no governo de Eduardo Campos.

“Apolo Santana, com atuação criminosa principalmente no Estado de Pernambuco, tendo como atividade a intermediação de propina de contratos realizados com a administração pública, com a utilização de empresas de fachada”, dizem os membros da força-tarefa da Operação Lava Jato no pedido de prisão dele.

O nome do empresário pernambucano surgiu no âmbito da “Operação Blackout”, cujos principais alvos são os supostos “operadores” de propina do PMDB Jorge Luz e seu filho Bruno Luz.

Ele foi preso em 21 de junho de 2016, no Recife, no âmbito da “Operação Turbulência”, por ordem da 4ª Vara Federal Criminal do Recife. Ele e mais quatro pessoas foram acusados de terem movimentado ilegalmente cerca de R$ 60 milhões.

No dia 13 de setembro, porém, a prisão dele foi revogada pelo ministro Marco Aurélio de Mello (STF) por força de habeas corpus ajuizado pelo advogado Ademar Rigueira.

“A prisão preventiva decretada tem por base outros fatos e inclusive fatos novos, inclusive a descoberta de que Apolo Santana Vieira mantém contas secretas no exterior, com movimentação milionária e com indicativos de sua utilização para operações de lavagem de dinheiro e repasse de propinas a agentes públicas”, disse o juiz Sérgio Moro em seu despacho original.

Agora, é esperar o conteúdo da “delação” para saber o que Apolo Vieira contará (ou já contou) ao Ministério Público Federal sobre a propriedade do jatinho que se acidentou com Eduardo Campos, que ainda é um mistério.

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