Deputado bolsonarista que distribuiu dossiê contra jovens antifascistas é condenado em segunda instância
Douglas Garcia, da ala mais radical do bolsonarismo, divulgou dossiê contra cerca de mil jovens em junho de 2020
O deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP) foi condenado em segunda instância na Justiça de São Paulo, considerado culpado pelo dossiê que expôs dados pessoais de cerca de 1.000 pessoas que se declaram ativistas contra fascismo. O dossiê foi divulgado em junho de 2020. A informação é de Rogério Gentile no UOL.
Garcia, bolsonarista radical, chamou nas redes sociais as pessoas listadas no dôssie de “terroristas” e “criminosas”. Ele terá de pagar uma indenização de R$ 10 mil à jovem M.J.B, de 25 anos. O valor ainda será acrescido de juros desde junho de 2020, quando o dossiê foi divulgado.
Na ação por danos morais aberta contra o deputado, M.J.B afirmou que o dossiê a colocou em situação de extremo risco, “podendo ser perseguida por seguidores e fundamentalistas sectários, normalmente seguidores de páginas que defendem Jair Messias Bolsonaro”. A jovem informou que o dossiê trouxe, não apenas seu nome e sobrenome, como também suas fotos, a cidade e o bairro da sua residência, bem como seu número de telefone e perfil nas redes sociais.
“Além de caluniosamente chamar a autora [do processo] de criminosa, o deputado a todo momento incita seus simpatizantes a promover ódio e perseguição a quem pensa diferente deles”, disse à Justiça o advogado Matheus Santos, que representa M.J.B.
Garcia se defendeu no processo dizendo que o dossiê não é de sua autoria, e ainda pode recorrer.