Deputados do PSL envolvidos em tiro contra advogado têm histórico violento

No dia 1º de julho, uma quarta-feira, os deputados estaduais do PSL do Rio de Janeiro Rodrigo Amorim, Gustavo Schmidt e Alexandre Knoploch estiveram em Brasília  e se envolveram em uma confusão que acabou em tiros.

Durante a permanência deles na capital federal, participaram de um encontro com o presidente nacional do partido, Antonio Rueda, em sua casa. O tema da reunião, diz uma fonte próxima aos deputados, foram as eleições municipais. No encontro também estava o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). 

Após saírem da casa de Rueda, os deputados foram para uma festa na Asa Sul, em Brasília, e um deles acabou baleando um advogado. Segundo declaração da defesa de Helvídio Neto, vítima do tiro, os deputados chegaram ao restaurante na quadra 408 Sul e Schmidt iniciou uma confusão. Procurado pelo Congresso em Foco, o advogado de Neto, Thiago Leônidas, disse não ter mais autorização para tratar do assunto com a imprensa e que seu cliente já se acertou com os deputados.

Ao Correio Braziliense, no entanto, o advogado afirmou que o deputado Schimidt causou confusão no local e ao provocar algumas mulheres foi advertido, respondendo com um soco. Os deputados deixaram o restaurante e foram seguidos por Neto, que segundo disse a defesa ao jornal de Brasília, “tomou as dores”, dando um soco no deputado Alexandre Knoploch, que o acertou com um tiro no pé.
Scimidt afirmou que “repudia a acusação e estranha o envolvimento de seu nome, num momento em que se decidem questões políticas importantes no Estado do Rio. Ele ressalta ainda que, na hora do disparo, não estava no local, de onde já havia se retirado, e que sequer conhece o advogado atingido, a quem cabe responder pela agressão que teria resultado no tiro”.
A festa em que os deputados participaram, aconteceu em plena pandemia, contrariando o decreto do governo do Distrito Federal, que proíbe aglomerações.

Histórico de confusão

Gustavo Schmidt, que teria começado a briga, já se envolveu em outras confusões em festas. No dia 27 de março ele foi detido pela polícia após agredir policiais militares que atendiam a uma ocorrência de perturbação de sossego.

No vídeo do momento em que ele chega à delegacia, é possível ver que tenta acertar o policial com uma cabeçada e ameaça acionar o secretário de segurança para resolver a situação. Sua assessoria de imprensa disse ao site que o “deputado Gustavo Schmidt já afirmou ter sido vítima de violência e abuso de autoridade praticado por policiais que não representam a maioria da corporação da Polícia Militar e fez uma representação processual contra os PMs envolvidos. Consultado sobre o caso, o Ministério Público não viu qualquer ato de improbidade administrativa por parte do deputado e solicitou o arquivamento da questão”.

Veja o vídeo publicado pelo site Diário do Rio:

O autor do disparo, deputado Alexandre Knoploch, responde a um processo por ter agredido com um soco um estudante, durante audiência sobre cotas raciais nas universidades estaduais. Em vídeo da TVT, é possível ver que ele foi até o estudante e deu um soco no rosto. Um de seus seguranças estava armado e ameaçou sacar a arma no meio da confusão.

Ao Congresso em Foco a assessoria do deputado afirmou que o homem insultou os judeus e disse que “Hitler não fez o serviço direito, o que provocou a reação do Knoploch”.

Em relação ao tiro contra o advogado, a assessoria do deputado disse que ele foi “vítima de uma agressão covarde, quando saía de um restaurante. Ao deixar o estabelecimento, recebeu socos pelas costas e foi derrubado no chão. Para paralisar seu agressor, desferiu um tiro em seu pé”.

Segundo nota da equipe de Knoploch, ele foi confundido com outra pessoa. Ao chegar na delegacia, “o deputado pediu, por conta própria, que além do exame de corpo delito, fossem também feitos os exames toxicológico e de alcoolemia, comprovando que ele não havia ingerido bebida alcoólica. E esclareceu que possui porte de arma”, afirmou.

Outro nome envolvido, deputado Rodrigo Amorim, ficou nacionalmente conhecido por ter quebrado a placa em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco (Psol-RJ). Ele também estava presente no dia em que Knoploch socou um estudante no rosto, mas não participou dessa agressão.
No caso do dia 1º , Amorim figura como testemunha e afirma que viu uma “agressão física gratuita ao deputado Alexandre Knoploch” e a”posterior resposta do parlamentar, em via pública, defronte a um restaurante onde havia acontecido um encontro privado de caráter político. O agressor foi neutralizado por um disparo que o atingiu em um dos pés”.

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